A TAM trabalha com um cenário de melhora na demanda doméstica e internacional no final deste ano e início de 2010, algo que vai permitir alta perto de 10% nos preços de passagens aéreas a partir do primeiro trimestre.
Em teleconferência com analistas após a divulgação do resultado da empresa no terceiro trimestre, o presidente da TAM, Líbano Barroso, informou que a companhia estima um crescimento de tarifas nos três últimos meses de 2009 da ordem de "low single digits" (até 5%).
"Mas, para 2010, dada a resposta do mercado, acreditamos que poderemos assistir a partir do primeiro trimestre a preços subindo cerca de dois dígitos, mais próximo de 10%, no mercado doméstico".
Barroso referiu-se ao aumento de 42% no tráfego aéreo do País em outubro em relação ao mesmo período de 2008, conforme informado pela Agência Nacional de Aviação Civil na terça-feira. No acumulado de janeiro a outubro, houve aumento de 13,47%.
Segundo ele, após a intensa campanha de promoções e corte de preços promovidos pelas companhias aéreas em setembro, a empresa já começou a elevar os valores de suas tarifas em outubro, mas o reflexo do reajuste ainda não deve ser fortemente sentido porque grande parte dos voos da empresa para novembro e dezembro foi vendida no período de promoções.
"Acreditamos que o quarto trimestre comparado com o terceiro trimestre - por causa dessa pré-venda... e pela curva natural de absorção desses preços-- terá crescimento de yields", afirmou o executivo citando o indicador que mede o valor das passagens.
Diante do desempenho do setor, o executivo afirmou que a previsão da empresa de crescimento do mercado doméstico em 2009 provavelmente será superada. A TAM reviu para cima suas estimavas para o mercado interno no segundo trimestre para alta de 7% a 10%, mas até outubro o índice aponta incremento de 13,5%.
A TAM anunciou nesta quinta-feira lucro líquido de R$ 348 milhões no terceiro trimestre, revertendo resultado negativo de R$ 663,6 milhões um ano antes, apoiada na melhora da demanda, custos em queda e impacto positivo da valorização do real sobre seu resultado financeiro.
Com isso, a empresa, que em outubro emitiu bônus de US$ 300 milhões com vencimento de 2020 não enxerga necessidade de novas captações para reforçar seu caixa, segundo Barroso.
"Acreditamos que estamos com um nível adequado de liquidez, dado que as perspectivas de geração de caixa mudaram totalmente. Os grandes impactos de saída de caixa já aconteceram, o operacional está rentável com perspectivas positivas de demanda e preço em ambos os mercados", afirmou Barroso.
"Não temos nenhuma necessidade de captação de recursos e nenhuma operação em andamento ou análise", acrescentou.
O quadro representa uma reviravolta na situação do setor aéreo, depois que a economia passou a mostrar um quadro de recuperação da crise internacional a partir do final do segundo trimestre.
Barroso aproveitou a teleconferência para anunciar que a TAM fechou acordo com o Banco do Brasil para financiamento de passagens aéreas a clientes do banco. Com isso a empresa poderá receber os recursos das vendas à vista enquando os clientes poderão parcelar os vôos em até 36 vezes.
Para a Copa do Mundo de 2010, na Africa do Sul, a TAM vai provavelmente operar somente com voos fretados, disse Barroso, adiando o início de voos regulares da empresa ao país. Ele não informou quando a companhia poderá operar a rota.
"Decidimos postergar a entrada do voo regular por análise de demanda e porque teríamos de 10 a 12 meses de fluxo de caixa negativo nesse voo. Atenderemos a Copa do Mundo com voos charter e já temos vários contratados", disse o presidente da companhia aérea. Ele assumiu o leme da TAM interinamente após a saída da David Barioni do comando no início de outubro.
TERRA
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