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segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Aeroportos lotados: reduzindo o stress das viagens de final de ano

A imprensa nacional já deu a dica: neste final de ano, os dias de pico nos aeroportos serão 19, 20, 26 e 27 de dezembro.

A sugestão essencial para quem deseja escapar do caos nos aeroportos, portanto, é evitar estas datas para viajar (ou ter de buscar alguém no aeroporto), só que na prática às vezes não há escolha: para passar as festas de final de ano nos locais desejados, a pessoa às vezes precisa se sujeitar a este calendário.

Já abordamos este assunto no passado, mas a ideia se renova a cada ano: se não dá pra escapar de estar neste ambiente estressado (e o mesmo vale, com algumas adaptações, para quem é passageiro nas estradas brasileiras engarrafadas na mesma época), ao menos podemos ir preparados para destoar do clima tenso ao nosso redor: chegar cedo, estar bem informado, e trazer consigo o mínimo de conforto que é possível garantir nessas horas – e torcer para não ser colocado em situações de stress inevitável, como estradas interrompidas, trapalhadas das companhias aéreas e similares.

Conforto esperado X conforto possível na situação

Geralmente o caos ambiental no aeroporto afeta igualmente bom número de pessoas – embora com variação de grau, dependendo da urgência que cada um tem para chegar ao seu destino.

Mas há algo que diferencia a reação delas, e o impacto que a situação igualmente adversa tem sobre elas: a atitude e o nível de preparação de cada um. Há os que deixam o stress os dominar, e passam as horas olhando intensamente para os painéis e esbravejando contra a empresa, e há os que conseguem aguardar com o máximo de conforto possível (nas circunstâncias), até que a situação, usualmente fora do seu controle, seja resolvida.

Claro que é necessário reconhecer: o nível de conforto oferecido pelos aeroportos e companhias aéreas nessas horas geralmente deixa muito a desejar, faltando acomodações, informação atualizada, alimentação, comunicação e muito mais. Conseguir complementá-lo de alguma forma pode fazer grande diferença!

Quero saber, nos comentários, a sua opinião, mas primeiro vou apresentar algumas dicas que você pode seguir para se estressar o mínimo possível no caos dos aeroportos e engarrafamentos turísticos de final de ano!

O checklist da bagagem de mão

Quem viaja sabendo da possibilidade de caos no aeroporto tem oportunidade de ir preparado para ele, viajando com roupas confortáveis e fáceis de limpar, adequadas às condições climáticas não apenas do destino, mas também das escalas e conexões, e levando na bagagem de mão um kit básico de sobrevivência aeroportuária, incluindo um subconjunto dos itens abaixo:

  • Roupa adicional para frio, e uma muda das roupas que você poderia querer trocar em uma permanência prolongada. Afinal, encarar uma espera noite adentro em um saguão de aeroporto em roupas suadas, ou tremendo de frio, amplia bastante o stress.
  • Almofada ou travesseiro inflável, à venda em lojas de malas. Quase não ocupa espaço, é fácil de inflar e desinflar, e amplia o conforto quando você encontrar um local para montar uma caminha com páginas de revista e revezar com alguém as sonecas e a vigilância das malas e dos horários de vôos.
  • O celular com bastante carga na bateria e crédito para ligar para quem precisar saber da situação. Leve junto o carregador e, se a bateria dele não for duradoura a ponto de se usar com tranquilidade suas funções de MP3, despertador, etc., vale a pena complementá-lo com outros aparelhos portáteis específicos para estas finalidades, para não acabar ficando incomunicável ou sem despertador – função essencial neste tipo de situação.
  • Fones de ouvido com supressão de ruídos externos – mas só se você puder contar com os colegas para chamá-lo se surgir alguma necessidade.
  • O despertador do seu celular, preferencialmente com alerta vibratório, para acordá-lo ou chamar sua atenção na hora certa (ou periodicamente) mesmo se estiver usando os fones acima.
  • Distração: Jogos (eletrônicos, um baralho, etc.), caneta e papel, material de leitura casual agradável.
  • Higiene pessoal: Escova de dentes, pente, desodorante.
  • Todos os remédios que você toma regularmente, kit de viagem das lentes de contato, analgésico, antigripal, lenços umedecidos, pastilha para garganta – as farmácias dos aeroportos fecham!
  • Alimentação: Barras de cereais ou biscoitos, agua engarrafada (quando possível) – as lanchonetes dos aeroportos fecham!
  • Algum dinheiro trocado.
  • Conexão móvel à Internet: se você tiver (em um celular, smartphone, netbook, laptop, etc.) esta pode ser a situação ideal para tê-la consigo: para consultar informações, comunicar-se, ou mesmo distrair-se. Para mim tem funcionado (com desempenho aceitável) em todos os locais para os quais viajei recentemente, e mesmo quando o desempenho piora, é melhor do que não ter acesso na hora da necessidade.

Atenção aos itens controlados (como medicamentos, desodorante ou mesmo a garrafinha de água) – consulte antes o regulamento ou as instruções das autoridades competentes!

O essencial da segurança

Um aeroporto caótico é uma oportunidade e tanto para os larápios, portanto todo cuidado é pouco: nada de objetos valiosos nos bolsos externos das mochilas, mantenha atenção constante ao que estiver nos seus próprios bolsos, e não se descuide do que largar sobre as mesas, balcões ou mesmo no chão: seus oponentes neste jogo são acostumados ao que fazem, e é muito difícil recuperar algo surrupiado em situações caóticas.

Merece consideração especial a questão dos grupos: um mínimo de organização pode permitir turnos alternados de vigilância (sobre a bagagem, sobre os painéis e sobre os avisos da companhia) enquanto os demais relaxam; ao mesmo tempo, pode ser importante combinar especificamente horários e pontos de reunião caso alguém se desgarre da manada.

E se você estiver sozinho, atenção redobrada, especialmente se for usar fones de ouvido ou prestar atenção a um jogo ou livro – no mínimo, prenda uns aos outros todos os itens soltos (o casaco na mochila, a mochila na maleta, etc.), e não deixe à vista nada que “dê pinta” de que você está carregando algo altamente roubável, especialmente aparelhos eletrônicos.

Eu costumo prender a alça da mochila à minha perna, quando sento para ler um livro ou ouvir música. Mas se você for viajante frequente, pode valer a pena investir em uma correia para notebooks como as travas da Targus que têm detector de movimento e, quando ativadas, protegem a mala inteira contra ladrões furtivos – se alguém pegá-la, ela vai berrar bem alto, imediatamente.

Quanto à bagagem que você despacha, sugiro duas providências simples e eficazes: (1) tire foto da mala e do seu conteúdo, antes de fechá-la – pode facilitar sua vida em caso de extravios ou de disputas diversas. (2) identifique-a de forma chamativa, com fitas coloridas e etiquetas adicionais (com seu nome e contato) presas às alças – não vai impedir que alguém a roube, mas facilita que você a identifique na esteira, e evita que alguém que tenha mala igual a pegue por engano.

Gestão da informação

Viagens geram grande volume de dados e documentos: números de assentos, de reservas, dados do check-in do aeroporto, dados do hotel, endereço da casa alugada, e tantos outros.

O que estiver em papel (ou anotado) pode ir em uma pasta ou envelope específico, com bolso certo na mochila, para que nada se perca misteriosamente e só reapareça quando não for mais necessário, como é a tendência natural destes objetos ;-)

Mas há algo ainda melhor que você pode adotar, em complemento ao envelope: use bem a câmera do seu celular, tirando fotos dos recibos, dos comprovantes, das instruções, das telas dos sistemas, do telefone ou URL que voce viu em um cartaz ou outdoor, da fachada de uma loja que vai recomendar a alguém, etc. Serve como backup e também como facilitador de consulta.

Além disso, há uma consideração logística importante a fazer: itens que possam ser necessários em momentos específicos devem ter um lugar certo, para que ninguém tenha que perder tempo procurando na hora de usar, e assim acabar perdendo uma foto espetacular, seu lugar na fila, a paz de espírito, etc. E aqueles mais urgentes, como o bilhete de embarque, devem ficar à mão, mas em um local seguro, à salvo dos dedos leves dos amigos do alheio!

Entretenimento portátil

Cada um tem sua receita: livro, revista, sudoku, palavras cruzadas, música, filmes, videogame… O essencial é ir bem suprido.

Eu às vezes recorro ao celular (para um jogo rápido ou para navegar na web, quando dá), mas tenho levado comigo um videogame PSP com alguns jogos, mas também com uma seleção de músicas, e algum filme ou seriado na memória. Basta estar em um local suficientemente seguro e discreto, colocar os fones de ouvido (ligando ou não a atenuação de ruídos externos, dependendo da ocasião), e relaxar, escapando da programação duvidosa da central de entretenimento do avião, ou tentando esquecer do desconforto das salas de embarque.

Parei de usar o notebook para esta finalidade, porque no final das contas o PSP é mais prático e discreto, é leve o suficiente, e não há necessidade de se preocupar com consequências mais sérias de um eventual esgotamento das suas baterias. E caso elas acabem (e acabam…), sempre posso contar com um livro leve ou revista que vai como backup na bagagem de mão.

Aumentando a duração das baterias

Quando há tomadas para recarregar, elas costumam ser disputadas quase a tapas, e o melhor é depender delas o mínimo possível – o que vai ficando cada vez mais difícil conforme a estadia não-programada no saguão se prolonga.

Para o notebook funcionar ao longo de um período extenso sem precisar de recarga, desativar os efeitos 3D, reduzir o número de processos desnecessários em execução, desligar a rede wireless (se não estiver em uso) e não usar CDs e DVDs nele pode ajudar.

No caso do celular, já demos várias dicas para aumentar a duração da bateria, mas o Lifehacker insiste em uma que não mencionamos: segundo ele, deixar o celular em contato com nosso corpo (por exemplo, no bolso da calça) tem um malefício extra: o calor acelera o consumo da bateria. Uma razão a mais para deixá-lo em um local mais saudável.

Outra dica, para os casos em que for necessário, é ter baterias extras, os carregadores para elas, e o preparo físico para transportar o peso extra delas por aí.

Como diria nossa ex-ministra do turismo…

Na hora de falar sobre o tema, é difícil não lembrar do imortal conselho dado pela Ministra aos brasileiros expostos ao caos aéreo há alguns anos: “relaxa e goza!”

Muitas vezes é difícil relaxar e aproveitar quando nossos direitos estão sendo desrespeitados, condições mínimas de conforto estão sendo negadas, falta informação, falta responsabilidade e ao nosso redor todo mundo está estressado, com pressa de chegar ao seu destino, e parados em filas intermináveis que podem não chegar a lugar nenhum.

Mas ceder ao stress dificilmente resolve a situação, e pode agravá-la. Tomando algumas providências de preparação, e optando por uma atitude positiva, você pode sofrer menos que o vizinho, e ainda reservar um pouco mais de energia para aproveitar quando finalmente chegar ao seu local de destino!

Efetividade.net

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