BUENOS AIRES — A Justiça argentina emitiu nesta segunda-feira uma ordem de busca nos escritórios da companhia aérea estatal Aerolíneas Argentinas, por suposto pagamento de suborno na compra de 20 aviões da Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer), em uma operação envolvendo 700 milhões de dólares, informou uma fonte oficial.
O procedimento judicial foi feito em meio a uma investigação, depois de reportagem publicada nesta segunda-feira pelo jornal La Nación.
"Nos parece pitoresco o fato de aparecer a nota no jornal (La Nación) e logo em seguida, às três horas, termos a busca" efetuada nas Aerolíneas Argentinas, disse o secretário dos Transportes do governo, Juan Pablo Schiavi, que negou a suposta irregularidade.
Schiavi afirmou à agência estatal Télam que "em uma operação entre países, seria impensável qualquer tipo de manobra dolosa como a descrita hoje".
O jornal informa que a Justiça Federal investiga se um assessor do ex-secretário de Transportes, Ricardo Jaime, estaria envolvido em uma suposta divisão de dinheiro para fechar a operação, e esclarece que a denúncia surgiu de uma pessoa não identificada.
"Os aviões foram comprados a preço de mercado" e esses valores "são fixados na transação entre as partes", neste caso, com a estatal Embraer, com "700 milhões de dólares por 20 aviões", completou o funcionário.
A primeira das 20 unidades Embraer 190 será entregue em julho de 2010, enquanto outras nove serão entregues este ano. As 11 restantes serão enviadas em 2011.
Aeronaves das Aerolíneas Argentinas: investigação após denúncia do La Nación
Essa compra faz parte do Plano de Renovação de Frota iniciado pelas Aerolíneas Argentinas e pela Austral. No total, foram incorporados 12 Boeing 737/700 à frota.
Aerolíneas Argentinas e Austral foram expropriadas do grupo espanhol Marsans por lei do Congresso aprovada em dezembro passado.
As companhias tinham sido vendidas em um processo controverso à espanhola Iberia em 1990, e Marsans as comprou em 2001 pelo preço simbólico de 1 dólar, momento em que o erário espanhol fez um aporte de capital de 750 milhões de dólares para que as empresas funcionassem.
AFP
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