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segunda-feira, 29 de março de 2010

Passaredo vai investir US$ 90 milhões em novos jatos

Após um período de paralisação para rever os planos, entre 2002 e 2004, a Passaredo Linhas Aéreas voltou a operar e se especializou na aviação regional, com crescimento e novos investimentos a cada ano. À frente dos negócios, e eventualmente no comando de uma das aeronaves, o presidente José Luiz Felício Filho, de 33 anos, mostra-se otimista e diz que para 2011 pode até ter parceiros ou sócios.


Em 2009, a empresa investiu US$ 60 milhões na compra de quatro jatos ERJ-145, da Embraer, para 50 passageiros, e agora, em 2010, vai investir outros US$ 90 milhões na compra de sete jatos do mesmo modelo para criar duas novas rotas - uma delas entre Ribeirão Preto e Recife, que entra em operação na segunda-feira - e substituir os cinco turbo-hélices Brasília, com capacidade para 30 passageiros.


"O Brasil ainda tem muito para crescer na aviação regional, pois países da Europa e da América do Norte chegam a 20%, enquanto o mercado aqui, hoje, é de 2,5%", diz Felício. "É uma grande saída para descentralizar, tirar os congestionamentos dos aeroportos centrais, e essa opção por voos diretos facilita o tempo de viagem, diminui o custo da passagem e a possibilidade de ir e voltar no mesmo dia."


Segundo Felício, essa modalidade vem suprindo uma deficiência que existia no setor. A rota Ribeirão Preto-Recife, por exemplo, será cumprida em três horas, enquanto por outras vias pode durar até sete horas. O custo da passagem aérea, comparando-se com o transporte rodoviário, é de quase 50% menor.

Interesse de investidores. A Passaredo é uma empresa 100% nacional e familiar, por enquanto. Mas surgiram investidores interessados em parcerias ou sociedade, não revelados. Felício avisa que o controle ficará na família e a sede em Ribeirão Preto. "Aqui é um bom centro, com excelente qualidade de vida, custo muito menor que o de São Paulo, e conseguimos trazer pessoas que estavam em grandes centros e que estão felizes da vida", diz. A empresa tem cerca de 650 funcionários, sendo quase 400 em Ribeirão Preto, e opera em 19 destinos, contando Recife. O 20.º destino será Palmas (TO), a partir de maio, ligando a cidade a Goiânia. No segundo semestre, todos os aviões Brasília deverão ser substituídos pelos novos jatos, padronizando as operações. E a empresa estuda novas rotas.

A Passaredo, que iniciou na aviação em 1995, já teve voo charter, a partir de São Paulo, sobrevoando a América Latina, num Airbus de 256 lugares, até 1999. Mas, em 2002, a empresa parou e iniciou estudos de um novo plano de negócios, focando no mercado regional. "Fazemos o papel de via alimentadora dos grandes centros e também somos alimentadas, com pontos de conexão com a malha aérea nacional e internacional", diz Felício, que guarda os resultados financeiros a sete chaves. Ele só cita que o faturamento da Passaredo dobrou em 2009 em relação a 2008 e que a previsão é dobrar em 2010 em relação a 2009.

Felício revela, no entanto, que em 2009 a empresa transportou 400 mil passageiros e tem expectativa de atingir 1 milhão neste ano. A taxa de ocupação dos aviões superou os 70% desde janeiro, enquanto o histórico da aviação regional indica uma média entre 55% e 60%.

Estadão


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