Homem drogado ameaçou pessoas e chegou a querer abrir porta de emergência. Avião teve de ser desviado para Amesterdam
Foi um incidente ocasional que transformou um português num autêntico herói. Aconteceu em Janeiro, mas só agora Paulo Inácio sentiu segurança para revelar a história. Só ele conseguiu enfrentar aquele homem drogado que assediou, assustou e agrediu pessoas, para além de ter tentado abrir a porta de emergência em pleno voo.
A viagem de Moscovo para Londres, pela companhia aérea «bmi», tinha começado há poucos instantes quando a tripulação decidiu retirar da classe executiva um homem por alegadamente ter «assediado uma mulher», segundo conta Paulo ao tvi24.pt.
«Dirigiram-no para a classe económica, mas ele resistiu, encostou-se às cortinas e recusou-se a sair dali. Foram ligadas as luzes de turbulência, houve gritos e o homem a andar freneticamente no corredor», frisou, acrescentando que com este movimento um bebé acabou por ser atingido e começou a chorar, aumentado a confusão.
O homem, «claramente drogado e muito alterado», atacou pessoas, mas ninguém, para além da tripulação, quis meter-se no assunto, porque simplesmente «não queriam arranjar problemas caso o aleijassem, pois poderiam ser processados mais tarde».
Impaciente e perante a inércia geral, o português decidiu ajudar os assistentes de bordo e manietou o indivíduo, algemando-o e prendendo-o com cintos de segurança. «Bloqueei-o com a perna e esforcei-me por não fazê-lo sangrar, porque não queria ter mais problemas. Ele cuspiu-me até não ter mais saliva», acrescenta Paulo Inácio, que assim manteve o estado das coisas até que o avião aterrou de emergência no aeroporto de Schiphol, em Amesterdão.
«Ele falava inglês, mas pareceu-me americano. Quando chegámos à Holanda vieram buscá-lo dois polícias à civil e dois paramilitares, que o levaram para a prisão», revela o português, agora mais aliviado e sem aquela dúvida de que alguém poderia ir atrás dele para o processar ou fazer mal: «Confesso que não contei isto mais cedo por receio, mas agora já passou bastante tempo».
Paulo Inácio tem 39 anos e nunca tinha passado por algo semelhante. É natural da Senhora da Hora e trabalha em Inglaterra como gestor de projecto, sendo formado em Engenharia Electrotécnica e de Computadores pela FEUP.
Após este feito heróico, a companhia aérea «bmi» ofereceu-lhe uma garrafa de champanhe de dois litros e uma viagem, que Paulo ofereceu à namorada. A notícia teve destaque na Rússia, mas em Inglaterra foi «abafada», embora subsistam relatos na Internet .
tvi24
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