Aeronave da Airbus vem pela segunda vez ao Brasil em busca de compradores – mas a falta de infraestrutura ainda é um impeditivo para sua aterrissagem
Airbus A380 pousa no Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos (Breno Rotatori)
A Airbus iniciou nesta quinta-feira, em São Paulo, seuA380 World Tour pela América Latina. A maior aeronave da empresa francesa, com capacidade para até 853 passageiros, pousou no Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos (SP), para ser exibida a técnicos e à imprensa. O modelo, no entanto, não pode ficar muito tempo em solo. Tudo porque o aeroporto não possui um pátio extenso o suficiente para abrigar o superjumbo da Airbus.
De São Paulo, a aeronave parte para o Rio de Janeiro, Santiago (Chile) e Buenos Aires (Argentina) com o objetivo de mostrar seus atributos à opinião pública e, quem sabe, conseguir algum comprador na América Latina. "O Brasil é um mercado primordial para a empresa e queremos que o A380 voe logo para o país. Há demanda para isso", afirmou o vice-presidente da Airbus para América Latina e Caribe, Rafael Alonso. Até o momento, nenhuma companhia aérea da região possui a aeronave, que chega a custar entre 300 milhões de dólares e 400 milhões de dólares, e demora dois anos para ser construída.
Latam – Alonso afirmou que há interesse, sobretudo da Latam (empresa que nascerá da fusão da brasileira TAM com a chilena LAN), em encomendar o superjumbo. A compra, segundo o executivo, só não é possível no momento por dois motivos. Primeiro porque a fusão entre as companhias aéreas ainda não foi completamente concluída e aguarda a realização de alguns ajustes operacionais, como medidas de mitigação da concentração de mercado e a opção por apenas um programa de milhagem. Em segundo lugar, o Brasil não possui ainda nenhum aeroporto que possa receber o A380 – nem mesmo de companhias estrangeiras que já voam com a aeronave, como a Emirates e a Air France.
Cabine do Airbus A380
De acordo com uma fonte ouvida pelo site de VEJA ligada à atividade aeroportuária, ainda que a Infraero tenha autorizado o pouso dos aviões A380 da Emirates em São Paulo, no final do ano passado, os terminais de Guarulhos não comportariam o funcionamento de uma aeronave tão grande no dia-a-dia. O desembarque, num só momento, de mais de 800 passageiros causaria confusão de difícil administração com a estrutura atual.
Outro entrave é o fato de a companhia precisar de dois aeroportos próximos que comportem um A380 para os dias em que Guarulhos tiver de ser fechado por problemas meteorológicos. “Se a Infraero fizesse as adequações operacionais nas instalações, a aeronave poderia estar funcionando. Mas não fez ainda”, diz a fonte. Consultas estão sendo feitas sobre a viabilidade de Viracopos, em Campinas, e do Galeão, no Rio de Janeiro.
O A380 é indicado, sobretudo, para aeroportos que tenham um fluxo diário de 10 mil passageiros de longa distância. Hoje, apenas 39 cidades no mundo – incluindo São Paulo – possuem esse volume. Segundo Rafael Alonso, da Airbus, em vinte anos, 90 cidades comportarão essa demanda. Atualmente, o A380 voa 55 rotas para 29 destinos no mundo.
VEJA.COM
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