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sexta-feira, 24 de julho de 2009

Fábrica da Embraer em Portugal focará em jatos executivos



A unidade que a Embraer planeja construir em Évora será dedicada inicialmente ao suporte logístico de jatos executivos, disse à Agência Lusa o vice-presidente da montadora de aviões, Luís Carlos Affonso.
"Trata-se de uma iniciativa corporativa dedicada a todos os produtos da empresa, mas a aviação executiva será a primeira a ser atendida", afirmou Affonso.
A construção da unidade de Évora, sul de Portugal, tem como objetivo reforçar a presença da companhia no mercado europeu, o segundo maior do mundo no setor da aviação executiva, atrás apenas dos Estados Unidos.
"O mercado europeu já é maduro, não deve crescer muito nos próximos anos, mas representa um grande número de entregas, nos próximos anos, o que reforça a necessidade de parcerias importantes", afirmou Affonso. Com o aumento de entregas, será preciso reforçar a assistência oferecida aos clientes, além dos serviços já realizados pela portuguesa OGMA, onde a Embraer, em consórcio com a EADS, detém 65% do capital.
"É preciso um bom suporte ao cliente, com centros de serviços, peças e pessoas, numa rede grande e distribuída no mundo, com concentração nos Estados Unidos e Europa", acrescentou o vice-presidente da Embraer. Crise

Além disso, Affonso adiantou que a crise afetou o mercado de aviação executiva, mas que mesmo assim a empresa manterá os investimentos em Portugal. "No momento, não muda nada os nossos planos.
A Embraer continua a acompanhar a evolução dos mercados, mas a nossa visão de momento é de manter os investimentos dentro dos prazos já anunciados", disse.
No ano passado, a companhia havia anunciado a construção de dois centros de excelência, em Évora, num investimento de 148 milhões de euros. O projeto inclui a implantação de uma unidade dedicada a fabricação de estruturas metálicas e outra para conjuntos em materiais compósitos.
Lançamento Segundo Luís Carlos Affonso, os primeiros modelos a serem atendidos pela unidade de Évora serão os jatos Legacy 450 e Legacy 500, cujos lançamentos estão previstos para 2011.
Os jatos Legacy 450 e 500 são versões menores do Legacy 600, modelo que já tem mais de 170 unidades atualmente em operação, em 25 países, vendido a 19,34 milhões de euros. O Legacy 450 está sendo projetado para transportar até nove passageiros, com alcance de 4.260 quilômetros, autonomia suficiente para um voo direto entre Los Angeles e Nova York.
O Legacy 500, por outro lado, levará até 12 passageiros e está sendo projetado para ter uma autonomia de voo de 5.560 quilômetros sem abastecimento. ContraçãoAs projeções da companhia indicam que haverá uma contração do mercado de aviação executiva, entre 2010 e 2011, anos considerados "difíceis e desafiadores", mas com uma recuperação a partir de 2012. A Embraer acredita que a indústria aeronáutica mundial deverá entregar 10.900 jatos executivos, nos próximos dez anos, o que representará receitas de 132,5 bilhões de euros.
A fabricante, que este ano faz seu 40º aniversário, planeja ocupar entre 10% e 15% da fatia desse mercado no mundo, transformando-se num dos principais players do setor.
A empresa estima entregar neste ano 242 aeronaves, entre jactos executivos, aviões comerciais e de defesa, e obter receitas de R$ 5,5 bilhões.
Lusa

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