O governo mexicano identificou o boliviano José Flores, que diz ser pastor de uma igreja e ter recebido uma "revelação divina", como sendo o responsável pelo sequestro de um avião com mais de cem pessoas a bordo nesta quarta-feira.
O sequestro colocou o gabinete de Segurança do México em alerta durante mais de uma hora, até que a polícia libertasse os passageiros e tripulantes. Não houve feridos.
Flores, de 40 anos, ameaçou explodir o avião pertencente à companhia Aeromexico, que fazia o voo 576, de Cancún à Cidade do México, caso não permitissem que falasse com o presidente do país, Felipe Calderón.
Segundo o secretário de Segurança Pública mexicano, Genaro García Luna, o boliviano disse ter agido após uma "revelação divina" de que o México corria grande perigo e estava ameaçado por um terremoto.
Após ser preso, Flores foi apresentado à imprensa e disse ter usado uma lata de suco para fingir que tinha uma bomba e assumir o controle do avião. Ele disse aos jornalistas ter agido no dia 09/09/09 porque a data, quando lida de cabeça para baixo, forma 666, o número "ligado ao anticristo".
"Jesus está chegando", disse Flores aos jornalistas.
"Cúmplices"
Durante o sequestro, ele disse aos comissários de bordo que tinha três cúmplices: "o Pai, o Filho, e o Espírito Santo".
Segundo o secretário mexicano, Flores é um ex-viciado em drogas e já foi condenado por assalto à mão armada na Bolívia. Ele vive no México há 17 anos.
O boliviano afirmou que foi a Cancún para pregar. Ele disse ainda que também é cantor.
Fontes do governo mexicano disseram à BBC que o presidente estava a caminho do aeroporto enquanto o sequestro se desenrolava.
Passageiros disseram à rede de TV mexicana Televisa que os tripulantes somente comunicaram o sequestro quando o avião pousou na Cidade do México.
Redes de televisão mexicanas mostraram imagens ao vivo do avião parado na pista do aeroporto e dos passageiros sendo retirados do local. Pouco depois, pelo menos seis homens algemados foram retirados do avião pela polícia.
BBC
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