Depois de seis dias de quase total paralisação, finalmente aviões levantaram voo em aeroportos da Europa nesta terça-feira (20), em escala mais próxima à operação comercial normal. A Organização Europeia pela Segurança do Tráfego Aéreo (Eurocontrol) anunciou pela manhã que mais de 10 mil voos – cerca de um terço do registrado em condições normais – eram esperados para todo o dia e que, de acordo com a evolução do movimento da nuvem de cinzas vulcânicas, esse número poderia evoluir ou regredir.
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Ao mesmo tempo, as autoridades de aviação da Europa permanecem preocupadas, uma vez que a atividade do vulcão Eyjafjallajokull se intensificou nas últimas 24 horas na Islândia, expelindo mais gases e detritos no ar, o que por enquanto não fez com que os planos acordados nesta segunda-feira (19) fossem revistos entre os governos. Para quem tentou voar na Europa nas primeiras horas de reabertura, a dificuldade foi encarar a margem entre 95% e 100% de atrasos.
Até as 5h40 desta terça-feira, dos 10.148 voos programados na Europa, 1.714 pousaram, 1.661 decolaram e 6.773 (67% do total) eram esperados. Cerca de 590 aviões estavam com atrasos superiores a 30 minutos nos aeroportos europeus. Ainda segundo a Eurocontrol, o nível operacional apresentado no continente estava na casa dos 60%, o que era considerado dentro do esperado.
Segundo o Centro de Controle do Tráfego Aéreo do Reino Unido (Nats, na sigla em inglês), enquanto as condições atmosféricas permitem o voo, parte do espaço aéreo da Escócia seguirá aberto, assim como o norte da Inglaterra, com aviões direcionados ao aeroporto de Newcastle. Voos abaixo dos 20 mil pés (6.000 metros) no Reino Unido seguirão restritos para pousos e decolagens.
No entanto, nem mesmo as informações de liberações parciais no norte da Europa fizeram a British Airways esperar. Ainda durante a manhã, a empresa anunciou o cancelamento de seus vôos de curta distância. Fora do continente também há quem desconfie da reabertura dos aeroportos. A australiana Qantas cancelou mais uma vez o retorno das operações para o Reino Unido, sem previsão de retomada. Já outra grande empresa do setor, a alemã Lufthansa, anunciou que operaria pelo menos 200 voos nesta terça-feira para diversos destinos.
As informações metereológicas da rede americana CNN colocam o Reino Unido e adjacências no caminho da nova nuvem de cinzas vulcânicas. O pessimismo fez com que a Polônia, a Irlanda e a Dinamarca tenham decidido manter os seus espaços aéreos fechados, os irlandeses até a tarde desta terça-feira, enquanto nenhum avião voará sob solo dinamarquês até quarta-feira (21).
O geógrafo islandês Sigtrudur Arnsdottir explicou que a erupção do vulcão continua em curso.
- Ela (erupção) está em curso, é estável, parece estar como ontem. Temos notícia que haveria mais lava agora .
Já o meteorologista Bjorn Einarsson diz que, apesar do aumento de tremores, ainda não há confirmação se o vulcão está expelindo mais cinzas.
Os tremores no vulcão ter sido ligeiramente maiores, mas que não dá qualquer indicação sobre o montante da nuvem de cinzas. O que foi alterado para produzir uma erupção de lava.
Outros países procuram diminuir o impacto causado por 83 mil vôos cancelados nos últimos cinco dias e prometem operar em sua plena capacidade, ou quase isso. Na Espanha o espaço aéreo reabriu totalmente, assim como na Holanda, Bulgária, Suécia, Croácia, Áustria, República Checa, Romênia, Ucrânia, Rússia e Suíça.
Já a França prometeu ter até 75% dos seus voos normalizados, escala que a Itália espera alcançar durante o dia, já que os aeroportos do norte do país seguiam fechados pela manhã. Portugal seguia sem voos de até 20 mil pés (6.000 metros), operando parcialmente.
No Brasil, a Infraero informou por volta das 5h30 desta terça-feira que dois voos, saindo de Cumbica (SP), seguiram para a Europa, e havia também a expectativa pela chegada de aeronaves vindas do continente europeu.
r7
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