Rio - A passagem do Red Bull Air Race pelo Rio deixou duas marcas inéditas: o recorde de público na etapa classificatória de sábado (400 mil pessoas) e o cancelamento da prova principal de ontem devido ao mau tempo, ocorrido pela primeira vez na história da competição.
Público debandou quando foi anunciado pelo auto-falante o cancelamento do evento. Austríaco (foto) comemorou | Foto: João Laet / Agência O Dia
Cerca de 200 mil pessoas enfrentaram ontem o tempo ruim para ver o show aéreo no Aterro do Flamengo (esperava-se 1 milhão), mas o aguaceiro com vento forte e a neblina que encobriu o Pão de Açúcar deixaram impróprias as condições de voo após o meio-dia.
Valeram os tempos obtidos na classificação de sábado: o austríaco Hannes Arch foi campeão e ainda ensaiou, champanhe na mão, uma dança estranha no pódio com passistas de escola de samba.
A dança da chuva, talvez. “O mau tempo me ajudou. Meus adversários são bons e escapei do confronto”, disse Arch, em churrascaria ao lado do pódio, antes de encarar a picanha mal passada ao lado dos ingleses Nigel Lamb e Paul Bonhomme, segundo e terceiro colocados. Atual campeão, Paul lidera o ranking de 2010 após a etapa carioca.
“O Rio é maravilhoso e tem tudo para ser etapa fixa no calendário. Torcemos por isso”, afirmou o austríaco, com a aprovação dos colegas de piruetas. Nesse caso, o evento viria à cidade todo ano.
Quem se espalhou pela praia ou sentou nas pedras, com capas ou guarda-chuvas, ainda teve bom aperitivo na repescagem. O húngaro Peter Besenyei e o japonês Yoshihide Muroya se classificaram na prova, que teve cone do circuito rasgado por avião e piloto punido por ‘voo perigoso’. Competição quente, frente fria. Os voos foram suspensos no início da primeira bateria entre os 12 melhores, quando em poucos minutos a enseada escureceu sob a chuva.
Frustração em arquibancada de pedra
Com a metade do público do dia anterior, as famílias que resolveram comemorar o Dia das Mães na corrida não encontraram dificuldades de se acomodar nas pedras da orla, que viraram grande arquibancada a apenas 200m de onde passavam os aviões.
“Há perigo, ação e adrenalina”, resumiu o estudante Luan Nascimento, 17, que saiu de Araruama com a namorada Julia e a mãe dela, a comerciante Carmem Cristiane, 35.
“Pena que o tempo não está ajudando o espetáculo”, disse Carmem, pouco antes de a chuva desabar. Pior também para os ambulantes, que vendiam binóculo a R$ 5 e aviões infláveis a R$ 7. As vendas também não decolaram.
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