O Brasil mais do que dobrou sua frota de helicópteros em 15 anos, passando de 496, em 1995, para os atuais 1.255. É a maior do mundo fora dos Estados Unidos. A rápida expansão começou em São Paulo, onde voar virou alternativa ao trânsito congestionado. Não demorou e o Rio de Janeiro experimentou a “popularização” da aeronave, por causa do trânsito caótico e da insegurança, logo seguido por Minas Gerais, primeiro estado a equipar a polícia com helicópteros, além de usá-los na inspeção de linhas de transmissão de energia elétrica. Agora, de forma tardia e moderada, o Paraná começa a descobrir as vantagens do helicóptero.
Com 42 aeronaves, o Paraná aparece em sexto no ranking nacional, atrás de Santa Catarina (44), Distrito Federal (49), Minas Gerais (124), Rio de Janeiro (264) e São Paulo (528), cuja capital tem a maior frota do mundo depois de Nova York. Com acréscimo de 71 unidades por ano, o avanço do helicóptero no Brasil começou em 1994, a partir da estabilidade econômica trazida pelo Plano Real. Na época, a gigante americana do ramo, a Bell Helicopter, chegou a fazer cursos de treinamento para pilotos em português, por causa do aumento da demanda no país. Aumento que se deve aos engarrafamentos e à violência no trânsito.
Cada vez mais, executivos, banqueiros e grandes empresas têm optado pelo helicóptero como meio de transporte, pela forma eficiente, embora cara, de vencer grandes distâncias com rapidez e segurança. Devido ao já congestionado tráfego aéreo paulista, essa modalidade de transporte começa a ganhar espaço em Curitiba, que concentra metade dos helicópteros em circulação no Paraná. Um dos reflexos dessa tendência está no topo dos edifícios mais novos da capital, já planejados com heliponto. A procura, por enquanto, é mais por parte de órgãos públicos, mas os curitibanos estão descobrindo o potencial dessas aeronaves para passeios turísticos.
Construído há cinco anos, o Crowne Plaza é o único hotel de Curitiba com heliponto. O lugar tem capacidade para equipamentos de até seis toneladas, mas o uso ainda é eventual. Entre os hóspedes, a média de cinco pousos por mês está condicionada à realização de grandes eventos na cidade. De acordo com o gerente geral do hotel, Paulo Ventura, quando há prova da Stock Car, por exemplo, o vaivém de pilotos fecha num só dia a média do mês inteiro. Contudo, não são os hóspedes que, até o momento, justificam o investimento.
No caso do hotel, o movimento se dá mesmo por causa do convênio mantido com a Yapó Aerotáxi, que faz voos turísticos usando a estrutura do hotel e o heliponto no Parque Barigui, onde o passeio pode ser contratado. “A maioria das pessoas pensa que é só para quem se hospeda, mas não é. Basta comunicar com 15 minutos de antecedência e é possível organizar o pouso”, diz o gerente. Ele acredita que para a Copa do Mundo o heliponto será o grande diferencial do hotel em relação aos demais. Em todo o Paraná há 126 dessas estruturas, embora apenas 10 estejam homologados pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
Para ordenar o tráfego de aeronaves em Curitiba, a exemplo de São Paulo, a Anac criou os “corredores aéreos”, espécie de avenida imaginária de onde não se pode sair. Os corredores se situam geralmente sobre pontos favoráveis a pousos de emergência. A capital tem 11 helipontos, cinco deles liberados para pouso e decolagem, três em análise da Anac para renovar a habilitação e três interditados. Há outros dois em análise para construção. Em todo o estado existem 126 locais para pousos eventuais, embora nem todos homologados, segundo o site especializado www.aisweb.aer.mil.br. No interior, são mais comuns em fazendas e campos de futebol.
Arrozcomfeijãozinho
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