Um relatório que será enviado nesta semana à Justiça francesa aponta os defeitos nas chamadas sondas pitot, que medem a velocidade, como a causa principal do acidente com o voo 447 da Air France, que caiu quando fazia o trecho Rio de Janeiro-Paris em 31 de maio, matando 228 pessoas. O documento foi elaborado por dois pilotos franceses, entre eles Gérard Arnoux, presidente do Sindicato de Pilotos da Air France.
Segundo o relatório, cujos detalhes foram revelados ontem pelo jornal francês "Journal du Dimanche", o acidente poderia ter sido evitado se a Airbus, as autoridades encarregadas da segurança na aviação civil e a Air France tivessem levado em conta os problemas anteriores identificados nos sensores pitot da francesa Thales.
Segundo os pilotos, as autoridades aéreas sabiam, há 14 anos, que os critérios internacionais de certificação das sondas pitot eram inadequados. "Esses critérios foram elaborados em 1947, em uma época em que os aviões voavam mais baixo e não enfrentavam o fenômeno do gelo em altas altitudes", afirmam.
Também no banco dos acusados está a Airbus. Henri Marnet-Cornus, coautor do relatório, disse à reportagem que, desde 2002, o construtor europeu já havia identificado problemas nos sensores Pitot AA, mesmo modelo que equipava o Airbus-A330 do voo 447 Air France. "Só em setembro de 2007, a Airbus recomendou a instalação do Pitot BA da Thales, mais resistente ao gelo e à chuva."
O relatório também aponta a responsabilidade da Air France, que, apesar de incidentes ocorridos em 2008 com os sensores Pitot, teria decidido não substituí-los imediatamente nos A330 e A340. Em seu site, a Air France diz que durante oito meses a Airbus garantiu que as sondas BA não resolviam o problema do congelamento em altas altitudes, antes de mudar de opinião, em abril de 2009 --quando a Air France decidiu substituir o equipamento.
Agora
Nenhum comentário:
Postar um comentário