Os investigadores franceses não desistiram de encontrar as caixas-pretas do voo da Air France entre Rio de Janeiro e Paris que se acidentou em 1º de junho com 228 pessoas a bordo, informa nesta quinta-feira a imprensa da França.
O Escritório de Pesquisas e Análises (BEA, em francês), responsável pelas investigações sobre a catástrofe, procura uma empresa especializada no rastreamento do fundo do mar para tentar localizar os destroços do aparelho, que poderiam estar a cerca de 4 mil metros sob as águas do Atlântico.
Em um primeiro momento, a busca se concentrou em localizar o sinal emitido pelas caixas-pretas durante um mês, por isso foram usados submarinos franceses especializados nestas funções.
Mas, agora, é preciso procurar os destroços do avião na área onde se acredita que tenha afundado, por isso o BEA estudar encomendar a tarefa a empresas que conheçam melhor o fundo do mar na zona.
Em particular, o jornal "Le Figaro" afirma nesta quinta-feira que o instituto Woods Hole, com base em Massachusetts, é o favorito para conseguir o contrato.
Enquanto isso, os investigadores do BEA vão recalcular, a partir de seus dados a área onde poderiam estar os destroços do avião, trabalho que deve estar terminado no final de janeiro do próximo ano.
Assim, os trabalhos de busca das caixas-pretas podem ser retomados ainda no primeiro semestre de 2010.
O "Figaro" também afirma que os investigadores relançaram a hipótese de que as más condições meteorológicas podem ter provocado o acidente.
Esta hipótese, revelada uma semana antes que o BEA publique seu segundo relatório sobre o acidente, ganhou peso depois que um avião semelhante ao acidentado em 1º de junho e operado também pela companhia aérea Air France sofreu um incidente provocado por um temporal em 29 de novembro.
O voo, que também fazia a rota entre Rio de Janeiro e Paris, encontrou uma área de fortes turbulências quatro horas depois da decolagem, o que obrigou aos pilotos a iniciar uma manobra de descida para buscar uma passagem menos conturbada.
O incidente ocorreu a cerca de 18 quilômetros da área onde os investigadores acreditam que o voo de 1º de junho se acidentou.
A diferença, segundo o "Figaro", é que, no segundo incidente, o avião não perdeu as referências procedentes dos sensores externos, o que permitiu que os pilotos soubessem o tempo todo a velocidade do aparelho.
No caso do voo acidentado, estes sensores não funcionaram corretamente por causa do gelo, o que, segundo certas hipóteses, pode ter causado a catástrofe.
Embora os investigadores não tenham confirmado o papel dos sensores no acidente, a Air France acelerou o programa de substituição destes equipamentos por outros mais modernos.
EFE
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