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sexta-feira, 26 de março de 2010

Buscas por destroços do voo 447 reiniciam domingo


Após cerca de um ano do acidente aéreo que vitimou 228 pessoas, a terceira fase de buscas por destroços do voo AF 447 da Air France começa no próximo domingo. O lançamento da expedição aconteceu, ontem à tarde, no Porto do Recife, através do diretor do Bureau Francês de Investigação e Análise de Segurança Aérea Civil (BEA), órgão responsável pelas investigações, Jean-Paul Troadec. Serão dois navios, com cerca de cem profissionais especializados em busca submarina. “Meios de exploração foram utilizados até agosto, na segunda fase da operação, quando foi decidida a suspensão das atividades para reiniciar, apenas, com novos recursos tecnológicos”, afirmou Troadec.

Para a nova etapa, a área de procura foi reduzida para cerca de dois mil metros quadrados, dez vezes menor que a operação anterior. Dois navios com as mais avançadas tecnologias de buscas submarinas serão utilizados, com equipamentos para até quatro mil metros de profundidade, pois a possível localização da aeronave é de relevo profundo e acidentado. Ambos já encontram-se atracados no Porto do Recife, de onde partem para alto-mar, e devem chegar ao local, a 1,5 mil quilômetros de distância, em dois dias.

Cerca de cem tripulantes de diversas áreas de conhecimento embarcaram na expedição, que tem previsão máxima de 32 dias. O navio norueguês, Seabed Worker, é equipado com três veículos submarinos autônomos e uma ferramenta de remoção e escavação (ROV). Por sua vez, o americano Anne Candies, possui um sonar de alta potência para reconhecer as vibrações das caixas-pretas, e, também, um ROV. “São mais de 30 anos de experiência e, desta vez, temos os melhores equipamentos. Estamos muito confiantes no projeto”, disse o diretor do Grupo Seabed, Hans Martin GRAVDAL. A operação é financiada pela Air France e Air Bus e o custo está em torno de 10 milhões de euros, cerca de R$ 23 milhões. Segundo o tenente coronel Lupoli, a marinha brasileira deve dar apoio logístico à expedição e acompanhar as atividades.

Pelos resultados dos trabalhos anteriores, é preciso localizar a aeronave e/ou as caixas-pretas para a explicar as causas do acidente, sem elas, é difícil descobri-las, comentou o diretor da BEA. É o que deseja o diretor executivo da Associação dos Familiares das Vítimas do Voo 447, Maarten Van Sluys. “Só assim saberemos o nível real de responsabilidades das partes. A cada fase, é uma nova esperança. Mas a maior ânsia é de saber o que aconteceu, se houve sofrimento”, falou Maarten que perdeu a irmã funcionária da Petrobrás, Adriana Van Sluys, de 40 anos. Ele representa 48 famílias de 11 diferentes nacionalidades, sendo 38 brasileiras.

O voo 447 da Air France desapareceu na noite do dia 31 de março de 2009. A aeronave partiu às 19h do Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim, no Rio de Janeiro, com destino a Paris. Por volta das 22h30, fez o último contato com o Comando Aéreo Brasileiro e, depois, não se teve mais notícias.
Folha de Pernambuco - PE

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