JUlgamento O jogo da bolha terá estado na origem do envolvimento de dois pilotos de linha aérea e de uma comissária de bordo no tráfico de cocaína do Brasil para Portugal, cujo julgamento de corre no Campus da Justiça com mais uma sessão ontem realizada.
As dívidas do jogo de fortuna e azar foram-se acumulando, e as ameaças também, e a droga pareceu ser a solução, com a ajuda de um quarto elemento, também comissário de bordo, que aceitou ganhar dinheiro fácil, fazendo de "correio" entre S. Paulo e Lisboa, embora não tivesse dívidas de jogo. Os profissionais da aviação contaram ainda com a ajuda de três amigos toxicodependentes que, para sustentar o consumo, traficavam e mantinham contactos no negócio estupefaciente.
Em Fevereiro do ano passado tentaram traficar 4,5 quilos, mas o "correio" foi apanhado no aeroporto. E contou tudo à Polícia Judiciária. Mas as detenções só aconteceram em Julho, pois era necessário reunir provas contra os três amigos toxicodependentes/traficantes. Nesse mês receberam uma mala de droga, mas só dois surgiram na receptação. Porém, mais tarde, um dos dois, "espontaneamente", foi à PJ desmascarar o terceiro elemento.
Estes três elementos, dois estão em prisão preventiva, já deixaram a droga, "graças a Deus" - expressão que todos usaram quando referiram o facto. E juram que nunca mais se vão meter no tráfico.
"Se arrependimento matasse, eu estaria morto", disse um dos pilotos, esclarecendo que, afinal, nenhuma das dívidas de jogo foi saldada. A sessão de ontem de julgamento foi marcada pela disputa de saber quem mais contribuiu para o êxito da investigação da PJ. E todos fizeram questão em des-tacar um profundo arrependimento e um verdadeiro contributo para a descoberta da verdade.
dn portugal
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