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quarta-feira, 1 de julho de 2009

Homenagem da Marinha é duramente criticada


"Uma brincadeira de mau gosto." Assim, o líder da Associação - em fase de registro - de Familiares das Vítimas do Voo 447 da Air France, Nelson Faria Marinho, DE 66 anos, considerou a cerimônia póstuma da Marinha do Brasil ontem de manhã, na costa pernambucana, em homenagem aos 216 passageiros e 12 tripulantes do Airbus, que desapareceu na noite do dia 31 de maio.

Indignado, ele afirmou que nenhum parente ou familiar teve tempo para se mobilizar para participar da homenagem, "decidida de forma brusca", logo após o encerramento das buscas por corpos e destroços, anunciado na noite da sexta-feira (25). "Não houve tempo, nem foi colocado um avião à disposição das famílias", afirmou Marinho, pai do passageiro do voo da Air France, Nelson Marinho. "Tínhamos de estar antes das oito horas desta segunda (29) no Porto do Recife."

Ester Vansluijs, de 70, nem tinha conhecimento da homenagem. "Não sabia", afirmou ela. Mãe de Adriana, também passageira do voo 447 - a aeronave deixou o Rio às 19 horas com destino a Paris e enviou seu último sinal de pane eletrônica às 23h14 - ela lembrou que a filha, que viajou a serviço da Petrobras, onde trabalhava, havia deixado anotação com planos de suas próximas férias, que deveriam ser no arquipélago de Fernando de Noronha.

Em Noronha foi montada estrutura de pré-identificação das vítimas resgatadas. O arquipélago também serviu de apoio e abastecimento para as aeronaves envolvidas na operação de buscas

Nelson Faria Marinho criticou ainda a suspensão das buscas pela Marinha Brasileira, que deveriam "ter permanecido enquanto a Marinha francesa mantém embarcações na área à procura das caixas pretas da aeronave".

Em nota lida durante a cerimônia, a Marinha frisou que as buscas foram realizadas de forma rígida, com planejamentos essencialmente técnicos, e se solidarizou com os que sofrem a perda de entes queridos. "Todos os esforços foram empreendidos até que a permanência de nossos navios e aeronaves na área não tivesse mais sentido, tendo em vista que mais nada era avistado", justificou. Aos familiares: "Recebam os sentimentos desses irmãos brasileiros que atuaram nessa missão e tenham certeza de que tudo que estava ao nosso alcance foi feito com muita dedicação e profissionalismo".

Toque de silêncio

A homenagem envolveu seis das 11 embarcações da Marinha Brasileira que participaram da operação na região de buscas, e foi marcada por uma oração do capelão naval Claudio Jacinto da Silva, toque de silêncio e pétalas de rosas jogadas ao mar por um helicóptero da Marinha. Três coroas de flores também foram atiradas ao mar pela fragata Bosísio, palco da cerimônia, que deixou o Porto do Recife às nove horas, percorrendo 19 milhas náuticas (cerca de 35 quilômetros).

A cerimônia se realizou no decorrer desta viagem, que durou pouco mais de três horas - até o retorno ao porto - e contou com a participação do cônsul da França no Nordeste, Yves Lo-Pinto, e de representantes do órgão francês responsável pelas investigações das causas do acidente (BEA), da polícia francesa, Polícia Federal e Secretaria Estadual de Desenvolvimento Social (SDS), além do comandante do Segundo Comando Aéreo Regional (2º Comar), brigadeiro Louis Jackson Josuá Costa, e do comandante do 3º Distrito Naval, almirante Edinson Lawrence.
Diário de Cuiabá

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