O número de passageiros nos aeroportos brasileiros aumentou 1,1% no primeiro semestre deste ano, em relação aos seis primeiros meses de 2008, passando de 57,6 milhões para 58,2 milhões, segundo dados da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero). Entretanto, o ritmo de crescimento dos passageiros, nos primeiros semestres, vem se reduzindo ano após ano, desde 2004.
Do primeiro semestre de 2004 para o mesmo período de 2005, o crescimento havia sido de 16,7%. Desde então, cada primeiro semestre tem apresentado um aumento inferior ao registrado no período anterior: 12,6% de 2005 para 2006, 8,5% de 2006 para 2007 e 4,6% de 2007 para 2008.
Apesar de não explicar a redução do ritmo de crescimento nos últimos anos, o presidente do Sindicato Nacional das Empresas de Aviação, José Márcio Mollo, diz que o primeiro semestre de 2009 teve resultado especialmente ruim por causa da crise econômica mundial, que se acentuou no segundo semestre do ano passado, e da influenza A (H1N1) - gripe suína.
Mollo acredita que ainda há espaço para crescimento do transporte aéreo de passageiros no Brasil. Segundo ele, basta que a situação da economia melhore para que os números voltem a crescer de forma mais acelerada. “Pelo que a gente tem visto, a situação da economia já está se revertendo e tudo indica que teremos um primeiro semestre melhor em 2010, apesar de acreditarmos que não chegará a patamares de anos anteriores.”
Gianfranco Beting, diretor de Marketing da companhia aérea Azul, que está apenas há sete meses no mercado, também acredita que há espaço para maior crescimento no transporte aéreo, mas é preciso reduzir o preço das passagens para atrair mais passageiros.
“O brasileiro viaja, em média, uma vez a cada quatro anos. Nos Estados Unidos, cada americano faz quatro viagens de avião por ano. Essa disparidade, mesmo quando se faz a compensação por renda média ou por Produto Interno Bruto (PIB), as passagens do Brasil custam o dobro do que custa nos Estados Unidos. É por isso que as pessoas não voam mais no Brasil, porque é caro e é ruim”, disse Beting.
Agência Brasil
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