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terça-feira, 25 de agosto de 2009

IATA quer trabalhar com o Brasil



A Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) se ofereceu para trabalhar com o governo brasileiro sobre dois temas importantes para o setor de aviação: concessão de aeroportos e o congestionamento do aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. Em visita ao Brasil, o diretor-geral e CEO da IATA, Giovanni Bisignani, disse que o investimento privado nos aeroportos pode ajudar a melhorar a infraestrutura, mas destacou que é preciso ter uma regulação econômica robusta na concessão.

"O nosso objetivo comum é assegurar que o aeroporto funcione de forma eficiente. A IATA tem prazer em dividir sua experiência global para possibilitar que a ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil) tenha a independência para desempenhar sua missão de maneira eficaz", disse o executivo.

Em relação aos congestionamentos no aeroporto de Guarulhos, ele sugeriu apoio para implementação, no Brasil, das métricas que a Iata fixou em âmbito mundial para melhor eficiência dos aeroportos. Um estudo especificamente voltado para a América Latina está sendo elaborado pela associação. "A tarifa de congestionamento não é uma solução. Os Worldwide Scheduling Guidelines estão ajudando aeroportos ao redor do mundo a gerenciar congestionamentos. Enquanto avaliamos soluções de longo prazo, trabalharemos com a Infraero para tirar máximo proveito da infraestrutura e dos terminais existentes, além de um processo consistente de planejamento conjunto sobre futuros projetos ", destacou Bisignani.

Bisignani observou também a necessidade de melhorar a competitividade do setor de aviação brasileiro, trabalhando em conjunto para abordar questões como política de paridade de preços de importação da Petrobrás. "Isto agrega custos a cada galão de querosene de aviação vendido no Brasil. Essa desvantagem competitiva de US$ 450 milhões anuais não faz sentido para um país que produz internamente 80% de seu consumo de combustível. O resultado disto é que a participação dos combustíveis nos custos das empresas brasileiras representa 32% do total, contra 23% da média global. Precisamos encontrar uma política de preços alinhada com as realidades do mercado."

Na viagem ao Brasil, Bisignani teve reuniões com a ANAC, o Ministério da Defesa e com o Ministro das Relações Institucionais. Dentre os eventos recentes que o executivo julga "encorajadores" para a aviação brasileira estão a eliminação do PIS/COFINS sobre a querosene de aviação, que representam US$ 100 milhões ao ano, a adoção do IATA Operational Safety Audit (IOSA) pelo governo brasileiro e a progressiva liberalização das tarifas aéreas.

"Com a preparação do Brasil para sediar a Copa do Mundo 2014, estamos dispostos a trabalhar ainda mais estreitamente com o governo para aprimorar a competitividade da aviação brasileira e alcançar maiores eficiências de custo de infraestrutura", afirmou o dirigente da associação.
Jornal do Comércio

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