Os passageiros aéreos de toda a Europa estavam se preparando para o caos, à medida que as tripulações da British Airways entravam em seu terceiro dia de greve na segunda-feira e os protestos trabalhistas se espalhavam a outras companhias de aviação.
A greve da British Airways deveria se encerrar à 0h da segunda-feira e depois seria retomada por mais quatro dias a partir do sábado. Os pilotos da TAP Air Portugal convocaram greve de cinco dias que começará na sexta-feira. A Alitalia cancelou voos na segunda-feira devido a uma greve de quatro horas da parte de seus tripulantes.
A Air France anunciou na segunda-feira que havia evitado por pouco uma greve, depois que os sindicatos que estavam planejando uma paralisação de quatro dias a começar no domingo aceitaram retomar as negociações.
Os duelos com os sindicatos surgem em um momento no qual as companhias europeias de aviação, prejudicadas por uma queda de receita e incertas quanto às perspectivas da economia, estão impondo medidas firmes de corte de custos. As companhias de aviação estatais que foram privatizadas enfrentam problemas para concorrer com rivais de baixo custo como a Ryanair e a easyJet nas operações regionais, e enfrentar rivais do Oriente Médio e da Ásia nas rotas internacionais.
"A questão mais séria para as companhias de aviação europeias é a dos custos de mão de obra", disse Stephen Furlong, analista de transporte aéreo da Davy Stockbrokers, em Dublin. "Só o combustível consome proporção maior de sua receita. Para reduzir os rombos, elas precisam se reestruturar ou passar por uma consolidação". Mas as companhias de aviação haviam chegado a um ponto, disse ele, no qual "os sindicatos estão começando a contra-atacar".
Os defensores dos passageiros dizem que estes se veem apanhados entre as duas partes. "Somos reféns em disputa alheia", disse Simon Evans, presidente do Conselho dos Usuários de Transporte Aéreo, no Reino Unido. "Não temos poder algum, e eles sabem".
A British Airways anunciou na segunda-feira que, nos dois primeiros dias de greve, conseguiu realizar 78% de seus voos internacionais e 50% de seus voos de curta distância.
A companhia estimou o custo da greve em US$ 10,6 milhões ao dia, mas acrescentou que antecipava que seus resultados anuais para o ano fiscal que se encerra em 31 de março "não mudem demais". Um porta-voz da empresa em Londres se recusou a informar o número de voos cancelados na segunda-feira.
"Nosso plano é transportar mais de 60% de nossos passageiros, hoje", disse o porta-voz, que não se identificou devido às normas da companhia. "Os planos de contingência estão funcionando como deviam".
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