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quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Aeroviários ameaçam paralisação no fim do ano

Greve pode causar caos aéreo entre o Natal e o Ano Novo; categoria quer aumento salarial.

Os trabalhadores do setor aéreo ameaçaram cruzar os braços no mês de dezembro caso as empresas não reajustem os salários. Manifestações ocorriam simultaneamente nos maiores aeroportos do país, no Rio de Janeiro, em São Paulo e em Porto Alegre, segundo o SNA (Sindicato Nacional dos Aeroviários).

Aeronautas e aeroviários iniciaram por volta das 9h desta terça-feira (23) uma manifestação no aeroporto Santos Dumont, na região central do Rio de Janeiro. No aeroporto Antônio Carlos Jobim também estava programado um ato a partir das 11h.

O sindicato ainda realiza atos no aeroporto de Congonhas (na zona sul de São Paulo), a partir das 10h; no Salgado Filho (em Porto Alegre), às 17h; e nos terminais aéreos de Recife, de Brasília e de Salvador devido ao Dia Nacional de Luta dos Aeroviários e Aeronautas.

A Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária) diz que os atos não prejudicam os voos em nenhuma das cidades.

Os aeroviários e aeronautas reivindicam um reajuste de 30% para as categorias que já têm piso salarial: agentes de aeroporto, agentes de proteção de aviação civil, mecânicos e auxiliares de mecânico.

Outra exigência é para que as demais categorias tenham reajuste de 15%. Além disso, eles reivindicam que seja instituído um piso de R$ 1.200 para operadores de equipamentos e de R$ 1.500 para agentes de check-in.

A presidente do SNA, Selma Balbino, diz que a greve dos aeroviários irá depender de uma reunião agendada para o dia 1º de dezembro com o SNEA (sindicato Nacional de Empresas Aeroviárias). Ela não descarta que uma greve pare os aeroportos nos dias de maior movimento no fim do ano.

- A Anac [Agência Nacional de Aviação Civil] deu uma declaração ontem [segunda-feira, 22] que não é verdadeira. Nossas relações não estão harmoniosas. Este movimento está acontecendo em todo o Brasil e em dezembro poderemos ter uma paralisação.

Medidas anticaos

A manifestação e ameaça de greve da categoria ocorre no dia seguinte ao anúncio da Anac de que medidas seriam tomadas para evitar um possível caos aéreo no fim do ano. Uma das principais seria proibir férias dos funcionários entre 15 e 31 de dezembro.

Entre outras medidas adotadas ainda estão a proibição ao overbooking (quando a companhia vende mais passagens do que o número de lugares disponíveis no avião), endossar o passageiro caso ele perca o seu voo (ou seja, o cliente poderá procurar a companhia aérea e pedir um assento em outra empresa caso perca o voo).

As companhias terão também, obrigatoriamente, que divulgar aviso aos passageiros domésticos em voos internacionais (para que eles saibam o tipo de bagagem que podem levar e a antecedência no aeroporto para o destino desejado), tripular todas as posições de check-in nos horários de pico, além da obrigatoriedade da antecipação das manutenções de aeronaves e de apresentações dos planos de contingência entre os dias 1 e 31 de dezembro – período de pico no setor, em razão das festas de final de ano.

Segundo a presidente da Agência, Solange Vieira, tradicionalmente dezembro é um mês que aumenta o número de passageiros. Desde julho deste ano já se verifica um padrão de crescimento no número de embarques.

- O setor já está chegando em dezembro bem estruturado. Esperamos 14 milhões de embarques e desembarques, dentro do padrão de crescimento verificado desde julho.
desástres aéreos

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