Especialistas em segurança de aviação internacional estão de olho em um risco crescente nos voos: minúsculos cristais de gelo que podem, em altas altitudes, entupir os sensores de velocidade do ar dos jatos e, em casos extremos, fazer até com que percam altitude e parem de voar.
A Boing Co. e a Air France-KLM SA lideram um amplo estudo sobre os fenômenos de congelamento que aconteceram nas aeronaves da própria empresa, segundo pessoas do setor que tiveram acesso aos resultados preliminares.
As conclusões devem provocar pressões para mudanças na maneira como reguladores, fabricantes de aviões e de peças enfrentam tais perigos. As empresas propõem que todo o setor submeta os sensores a testes mais rigorosos, afirmam as pessoas, com novos procedimentos para ajudar os pilotos a manter o controle das aeronaves.
Os cristais — tipicamente suspensos acima de fortes tempestades e encontrados no topo das nuvens, onde são invisíveis tanto para pilotos quanto para os radares de tempo — são pequenos o suficiente para penetrar nos sensores de velocidade aquecidos montados fora da fuselagem, como os tubos pitot.
Os cristais rapidamente derretem, mas sob condições de frio extremo podem recongelar, de acordo com um estudo e especialistas em segurança independentes, enviando indicações de velocidade incorretas ou descontroladas ao cockpit. Com isso, o piloto automático pode parar de funcionar, os pilotos perdem as leituras de perda de altitude e recebem falsos alarmes de velocidade excessiva.
O estudo foi motivado em parte pelo acidente, em junho de 2009, com um Airbus A330 da Air France quando atravessava uma violenta tempestade no rota Rio-Paris. Todas as 228 pessoas a bordo do voo 447 morreram.
The Wall Street Journal
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