
Aviação: Demanda já cresceu 23,4% até novembro, mas no próximo ano expansão deve ficar entre 12% e 15%Alberto Komatsu (de São Paulo) Confira matéria publicada hoje (22/12) no jornal Valor Econômico:
Depois de garantir este ano o que talvez  seja o melhor desempenho de sua história, a aviação comercial  brasileira prepara-se para desacelerar em 2011, mas com recomposição de  tarifas, que estiveram em baixa nos últimos dois anos por causa de  sucessivas guerras tarifárias.
O consultor aeronáutico Paulo  Bittencourt Sampaio diz que a alta de 23,4% na demanda doméstica em 11  meses já é a melhor performance em 50 anos. Segundo ele, o fluxo de  passageiros deverá crescer entre 12% e 15% no ano que vem, mesma  projeção de executivos do setor.
"Vamos ter esse recuo na demanda  aérea porque vai haver um reequilíbrio da política econômico-financeira  do governo, com o PIB crescendo menos em 2011", afirma Sampaio. Segundo  ele, a recomposição dos preços das tarifas se dará, também, porque será  essa a estratégia da TAM e Golque, juntas, respondem por pouco mais de  80% do fluxo de passageiros no país.
"Estamos na fase final de  aprovação do orçamento. Assim que ele for aprovado, vamos divulgar o  nosso 'guidance' [projeções], mas seguramente estamos pensando num  número acima de 12% para o ano que vem", afirma o presidente da TAM,  Líbano Barroso.
O executivo afirma que em 2011 vai operar com um  plano conservador de expansão de frota. A TAM vai acrescentar a sua  frota sete aeronaves, "um número pequeno", segundo Líbano. A rival Gol,  por sua vez, trará apenas quatro aviões.
"Ainda não divulgamos o  'guidance', mas geralmente o volume de passageiros cresce três vezes o  crescimento do PIB. Não devemos muito fugir disso", afirma o presidente  da Gol, Constantino de Oliveira Jr.
Por essa regra, a expansão da  demanda aérea no ano que vem deverá situar-se em até 13,5%, já que o  governo fala em crescimento de 4,5% do PIB em 2011. "Temos um plano de  crescimento conservador, que prevê uma utilização maior do avião",  acrescenta Constantino.
A terceira maior companhia aérea  brasileira em fluxo de passageiros transportados, a Azul, também  acredita em crescimento em 2011. E confirma que deverá ser um ano de  "yield" (índice de rentabilidade que baliza reajustes de tarifas) em  ascensão.
"Esperamos um ano de crescimento vigoroso, ainda que  ligeiramente mais modesto do que em 2010. Quanto ao preço das passagens,  acreditamos na manutenção dos patamares atuais, com espaço, talvez,  para uma discreta recomposição de preços", afirma o diretor de  comunicação e marca da Azul, Gianfranco Beting.
A Azul tem um dos  planos mais agressivos de ampliação de frota em 2011, com a previsão de  entrega de 12 aeronaves da Embraer, modelo 195.
A Webjet, quarta  maior companhia no mercado doméstica, vai repetir o plano de frota de  2010, quando incorporou três aviões da Boeing, modelo 737-300. Quem  revela os planos é o novo presidente da empresa, Fábio Godinho.
"Estamos  fechando o ano de 2010 com 90% mais passageiros transportados do que em  2009. Acreditamos que a demanda continue em crescimento no ano de 2011 e  que a Webjet, em especial, cresça novamente mais do que a média do  mercado", diz o executivo.
A Avianca Brasil, por sua vez, vai  trazer seis aviões da Airbus, entre os modelos A319 e A320. "Quando se  prevê um aperto no crédito, entende-se que vai ter uma pequena  diminuição na demanda", diz o presidente da Avianca Brasil, José  Efromovich. Ele se referiu ao aperto no crédito já anunciado pelo  ministro Guido Mantega para combater a inflação em 2011.
Na  opinião do executivo, o fluxo de passageiros transportados em 2011  deverá ficar em cerca de 15%. "Estamos focados no nosso plano de  crescimento em 2011. Para quem voa com 17 aviões, seis é bastante  coisa", diz Efromovich. Segundo ele, no ano que vem a Avianca deverá  operar mais quatro destinos, dois no país e outros dois no exterior.
SNA
 
 
 
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