PARA HOSPEDAGEM CLIQUE NA IMAGEM

PARA HOSPEDAGEM CLIQUE NA IMAGEM
PARA HOSPEDAGEM CLIQUE NA IMAGEM

quarta-feira, 28 de março de 2012

Gol abre processo de demissões



SÃO PAULO - A Gol Linhas Aéreas retificou nesta manhã a informação divulgada pela própria empresa, na sexta-feira, de que estaria prorrogando uma programa de licença não remunerada para pilotos e comissários (aeronautas).

A segunda maior companhia aérea do país abriu um processo de demissão para tripulantes até o dia 29, mas não detalhou o nível de adesão que pretende obter.

Segundo uma fonte do setor, uma das explicações para as demissões que estão sendo pretendidas pela Gol é a redução, a partir de maio, do número de comissários a bordo dos atuais quatro para três.

Essa redução foi regulamentada pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) em meados de março de 2010. A Anac informa que já realizou o processo de redução de comissários a pedido das seguintes empresas: Webjet, para o avião 737-300, TAM, para o A319, e Avianca, para o Fokker 100.

Segundo a agência, em meados de julho de 2011 a Gol se reuniu com representantes da agência para esclarecer dúvidas sobre esse processo de redução. A companhia foi procurada, mas não retornou até o momento.

Do dia 6 a 16 de março, a Gol já havia implementado um programa de licença não remunerada para aeronautas, mas obteve “adesão parcial”. Segundo o Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA), a companhia pretendia obter a adesão de 220 tripulantes, sendo 120 pilotos e 100 comissários.

Uma comissária da companhia, que pediu anonimato, informa que apenas 20 comissários teriam aderido ao programa de licenças. O presidente do SNA, comandante Gelson Fochesato, diz que os funcionários que aderiram a esse plano serão colocados em licença por um ano, sem garantia de estabilidade no retorno.

O Ministério Público do Trabalho do Distrito Federal (MPT) viu irregularidades no programa de licenças e deve se pronunciar a respeito ainda nesta semana.

A Gol não informa a quantidade de demissões que pretende alcançar nem o nível de adesão obtido com o programa de licença não remunerada. “Esse é o problema da Gol, ela não é transparente”, afirma Fochesato.

Depois de dois adiamentos, a Gol deve divulgar hoje os seus resultados financeiros do quarto trimestre de 2011. Relatório da Bradesco Corretora com a prévia do resultado da Gol no período indica um prejuízo líquido de R$ 177 milhões, ante lucro líquido de R$ 132 milhões de igual período de 2010.

Desde o início do ano, a Gol acumula a demissão de 100 aeronautas. Segundo a companhia, trata-se de um “turnover natural”, diante do quadro de 6 mil tripulantes da empresa.

Em janeiro, enquanto a demanda do mercado doméstico teve crescimento de 7,77% em relação ao mesmo mês de 2011 o fluxo de passageiros da Gol recuou 1,78% na mesma base de comparação.

Fochesato diz que o processo de demissões deflagrado pela Gol na sexta-feira não pode ser considerado como um Programa de Demissões Voluntárias (PDV). Isso porque, diz ele, num PDV a empresa negocia o pagamento de benefícios adicionais como salários-extras e passagens aéreas, entre outros.

Neste plano de demissões, a Gol se comprometeu a estender o plano de saúde ao tempo proporcional de trabalho do funcionário. A empresa também se compromete a pagar verbas rescisórias e multa de 40% do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

Fonte: Valor Econômico.

Gol voará menos para cortar custos





A Gol Linhas Aéreas vê necessidade de reduzir de 80 a 100 voos diários entre março e abril, e esse movimento de “racionalização” implicará em uma redução de custos fixos, como a diminuição do número de funcionários por meio de licenças não-remuneradas e demissões voluntárias, afirmou o presidente da companhia, Constantino de Oliveira Junior.

De acordo com o executivo, a redução, que será na proporção de 80% para vôos da Gol e 20% de vôos da Webjet, será em viagens noturnas e não implicará na descontinuidade de nenhuma rota.

Os voos que serão retirados da malha representam cerca de 8% dos voos diários, visto que a companhia, incluindo a Webjet, realizou entre 1.100 e 1.150 voos por dia entre janeiro e fevereiro.

Segundo o presidente da Gol, Constantino de Oliveira Junior, a empresa irá promover licença não-remunerada e demissão voluntária (Foto: MARCIO FERNANDES/AE – 17/10/2011)

“Você pode perceber no quarto trimestre pressão nos custos de combustível, tarifas aeroportuárias, variação cambial… e no momento em que passou a existir essa pressão, principalmente sobre os custos variáveis, nós nos vimos obrigados a revisar a malha… e nessa revisão nós enxergamos a necessidade de reduzir em torno de 80 a 100 voos diários”, afirmou Oliveira a jornalistas em teleconferência nesta terça-feira.

“E todo esse movimento que tem sido feito em relação a licença não-remunerada, demissão voluntária, vem no sentido de adequar a essa nova realidade da companhia”, prosseguiu Oliveira, afirmando que não é possível divulgar números porque o processo ainda está em andamento.

Previsão frustrada
Segundo o executivo, a companhia tinha expectativas para o crescimento do mercado doméstico e premissas macroeconômicas, como o de crescimentos do PIB e preço do petróleo, que não se concretizaram, o que levou à decisão de reduzir a quantidade de voos, que não serão concentrados em nenhuma região brasileira.

“Nós entendemos que o movimento de racionalização da malha implica também em uma redução do custo fixo para que não haja nenhum impacto no Cask ex-fuel (custos que excluem combustíveis). Essa redução se dá exatamente nos voos que não apresentam uma receita satisfatória, a receita não é suficiente para compensar o custo variável”, disse Oliveira

Ele afirmou ainda que essas reduções foram planejadas antecipadamente, e que não devem haver mais medidas como esta para garantir a rentabilidade da companhia neste ano.
Para Oliveira, não é possível afirmar que a Gol “errou” no seu planejamento de voos e na contratação de funcionários.

“É uma mudança de visão e não dá pra atribuir essa mudança de visão a um erro. O erro seria a gente permanecer com problemas, permanecer com voos dando prejuízo pra companhia e talvez comprometendo a sobrevivência da empresa. Eu diria que houve uma mudança no cenário macroeconômico, de patamares, e nós estamos nos ajustando a essa mudança.”

Além disso, o presidente da Gol afirmou que todos as estimativas da companhia aérea para o ano estão mantidas.

Carolina Marcondes — Agência Estado.
Fonte: Estadão - JT.