O vice-presidente da TAM, Paulo Castello  Branco, criticou a postura da Agência Nacional de Aviação Civil  na questão da liberdade tarifária  internacional, afirmando que a ANAC   distorce dados ao comparar tarifas promocionais das empresas estrangeiras  com as tarifas cheias da TAM, a única companhia nacional que voa para destinos  mais longos, como Estados Unidos e Europa.
 
O executivo afirmou que a TAM não é  contra a liberdade tarifária total, porém, necessita de mais tempo para a sua  implantação.  Apontou para o fato de que  a TAM opera em uma escala bem menor, na quantidade de aviões e no valor dos  lucros, o que não permite a competição em condições de igualdade. “Além disso,  lá fora, todos os governos ajudam suas empresas aéreas. Aqui no Brasil, eu não  me recordo de ter sido injetado nenhum dinheiro nos 33 anos de história da TAM",  acrescentou.
   No cronograma da ANAC, a liberação gradativa dos descontos chegará dentro  de um ano (abril de 2010) à liberdade total.   Castello Branco pediu também a desoneração do setor. E mostrou que existe  uma discrepância quando se compara a carga tributária praticada por diferentes  países. "No Brasil, a carga tributária sobre a receita é de aproximadamente 32%.  Na Alemanha, é de 29% e nos Estados Unidos, de 22%. No Chile, aqui ao lado, é de  16%", afirmou.
 
Apesar das críticas, Solange Paiva Vieira, presidente da Agência Nacional de Aviação Civil considerou que a liberação tarifária para os voos internacionais é positiva. A agência tem a previsão que os preços dos bilhetes aéreos internacionais de longo curso, com voos saindo do Brasil, tenham descontos de 30% a 50% sobre os valores atuais.
O piso atual para tarifas a partir do Brasil (ida e volta) é de US$ 708 para os Estados Unidos, US$ 869 para Alemanha, França, Itália ou Reino Unido,
Segundo Solange as  companhias aéreas nacionais não serão  prejudicadas, “pois os voos internacionais são regulados por acordos bilaterais,  o que cria reserva de mercado para as empresas”.  Como exemplo, lembrou que metade dos voos  para os Estados Unidos com origem no Brasil estão reservados para a TAM. "Mesmo  que ela [TAM] não utilize esses voos, eles não serão dados a nenhuma companhia  estrangeira", afirmou.
Outra  colocação feita pela  executiva da Anac  foi que o Congresso precisa começa a discutir a possibilidade de "céu aberto"  (fim das restrições para as companhias estrangeiras) no  País.
 Os representantes de empresas aéreas nacionais  presentes na audiência mostraram-se favoráveis, à liberação das tarifas, mas  pediram condições de igualdade para concorrer com as companhias  estrangeiras.  Foi constituído um grupo  de trabalho para dar continuidade ao estudo da questão, formado pelos deputados  Marcelo Teixeira (PR-CE), Lídice da Mata (PSB-BA), Luiz Sérgio (PT-RJ), Rodrigo  Rocha Loures (PMDB-PR) e Otavio Leite.(PSDB-RJ).  Este último, que sugeriu a audiência,  mostrou-se preocupado com o impacto da liberação das tarifas dos voos  internacionais no mercado interno de turismo. Ele ressaltou que, atualmente, é  preciso resolver um déficit na balança turística brasileira, o que poderia ser  feito por meio do setor aéreo.
"Nos últimos 12 meses, os brasileiros  deixaram lá fora  US$ 10 bilhões. No  mesmo período, os estrangeiros deixaram aqui pouco mais da metade. Queremos que  os estrangeiros venham ao Brasil e de preferência em empresas brasileiras",  afirmou.
Participaram da reunião   realizada em Brasília, os representantes da Universidade Federal do Rio  de Janeiro (URFJ), do Sindicato dos Aeronautas, da GOL, da Associação Brasileira  de Agências de Viagens (Abav), do Ministério da Fazenda e do Ministério da  Defesa.
Fonte:AE
 
 
 
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