Numa parceria entre empresariado, instituições de ensino e o poder 
público, Minas prepara para decolar num espaço de conhecimentos do 
segmento aéreo. Passados alguns anos do anúncio da formação do Complexo 
Aeronáutico de Minas Gerais, os projetos começam a sair do papel e 
empresas iniciam grandes investimentos, que, além de atrair receitas e 
gerar empregos, devem desenvolver tecnologia em segmentos de ponta. 
Ontem, no Triângulo Mineiro, o governo estadual lançou o Polo 
Aeroespacial de Tupaciguara – um dos cinco que compõem o complexo –, 
onde deve se instalar a planta da Axis Aerospace para fabricação da 
aeronave AX-2 Tupã e outras empresas do ramo para desenvolvimento de 
tecnologia. Até a norte-americana Boeing, maior indústria aeroespacial 
do mundo, estuda ter uma pequena unidade no polo. 
Apresentação da maquete em tamanho natural da aeronave Tupã, da Axis Aeroespacial
Somados, os investimentos já anunciados em produção de tecnologia e 
implantação e ampliação de unidades voltadas para o setor aeronáutico 
superam R$ 1,5 bilhão. Até o fim do ano, no entanto, essa cifra deve 
crescer mais de 50%. Em Tupaciguara, o aporte ultrapassa R$ 600 milhões,
 se considerados os valores previstos para a instalação da fabrica da 
Axis e o montante esperado para outras empresas. Em Itajubá, a ampliação
 da fábrica da Helibras deve significar aporte de 350 milhões de euros 
e, em Lagoa Santa, a construção do Centro de Tecnologia e Capacitação 
Aeroespacial terá investimento de R$ 50 milhões. 
No lançamento da unidade de Tupaciguara, ontem, foram confirmados 
financiamentos de cinco projetos, por meio do governo federal, que somam
 R$ 65,5 milhões, segundo o secretário estadual de Ciência e Tecnologia,
 Nárcio Rodrigues. São eles o Centro de Inovação Aeroespacial da Axis 
(R$ 28,5 milhões); a implantação do Centro de Asas Rotativas, em 
Itajubá, no Sul de Minas (R$ 11 milhões); a instalação de laboratórios 
aeronáuticos pela Universidade Federal de Uberlândia (R$ 11 milhões); o 
programa Brasil Profissionalizado, em Tupaciguara (R$ 7,5 milhões) e a 
implantação do Centro de Capacitação Aeronáutico de Lagoa Santa (R$ 7,5 
milhões). Além disso, a Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais 
(Fapemig) já havia investido R$ 7,2 milhões no mock-up (maquete em 
tamanho real) do Tupã. 
Avião
O avião executivo de pequeno porte, com capacidade para seis pessoas, 
deverá ter seu protótipo desenvolvido até o fim do ano que vem. Ontem 
foi apresentada sua maquete em tamanho real. A previsão é que esteja 
pronto para voar em 2014. Com isso, o período de produção e venda deve 
ser iniciado no ano seguinte. Nessa fase, devem ser investidos R$ 120 
milhões. Mas o retorno é visto como certo. Estudos da empresa mostram 
que a demanda do setor é alta. “Se conseguirmos fabricar 81 mil unidades
 em 20 anos, venderemos todas”, afirma o diretor superintendente da Axis
 Aerospace, Daniel Marins Carneiro. 
Mas a instalação da empresa em Tupaciguara não se resume à fabricação do
 Tupã. Outros projetos estão em fase de elaboração para o complexo de 
desenvolvimento de tecnologia de ponta. Duas áreas principais devem ser 
estudadas: propulsão a laser e hipersônica. Para isso, deve ser 
construído o maior túnel hipersônico do mundo, com tecnologia que sequer
 a Nasa domina. “Será possível fazer experimentos em alta velocidade que
 darão noção do escoamento aerodinâmico”, afirma o diretor da Axis. Isso
 teria, inclusive, chamado a atenção da Boeing.
Com a instalação de todas as empresas no Polo de Asas Fixas e o início 
da produção da aeronave, a expectativa é que sejam criadas 4 mil vagas 
diretas e indiretas, o que deve significar forte restruturação no 
formato da cidade. Atualmente são apenas 23 mil habitantes e a 
implantação dessas empresas deve atrair moradores da região, além de 
garantir maior qualificação. Nos próximos cinco anos, a previsão de 
investimento é superior a R$ 600 milhões.
DESÁSTRES AÉREOS
 

 
 
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