Empresas
 aéreas falidas (Varig, Vasp, Rio Sul e Nordeste) movem até hoje ações 
na Justiça contra a União pedindo indenização pelos prejuízos que alegam
 ter sofrido com o congelamento do preço das tarifas durante o Plano 
Cruzado (1986–1992). No total, as ações pedem ressarcimento de R$ 4,633 
bilhões, em valores de 2011. 
Oficialmente
 falida desde 2008, a Vasp foi a primeira a procurar a Justiça para 
requerer a reparação, em 1992. Essa ação está sob análise do Superior 
Tribunal de Justiça (STJ), assim como as movidas por Rio Sul e Nordeste –
 a Rio Sul era subsidiária da Varig , e a Nordeste foi adquirida por ela
 depois. 
 A
 ação movida pela Varig é a mais adiantada: está no Supremo Tribunal 
Federal. O STJ deu ganho de causa à empresa, que pede indenização de R$ 
2,589 bilhões, mas a União recorreu ao STF contra a decisão.
A
 ação movida pela Varig é a mais adiantada: está no Supremo Tribunal 
Federal. O STJ deu ganho de causa à empresa, que pede indenização de R$ 
2,589 bilhões, mas a União recorreu ao STF contra a decisão. 
Em
 dificuldades financeiras, a Varig acabou dividida em duas. A “velha” 
Varig, que ficou com as dívidas, teve a falência decretada em agosto de 
2010. Mas as autorizações de voo e a marca Varig hoje pertencem à Gol, 
que pagou, em 2007, US$ 320 milhões. 
A
 Transbrasil, empresa aérea que teve a falência decretada em abril de 
2002, foi a única que conseguiu garantir a indenização. Em dezembro de 
1998, a Justiça determinou à União que pagasse à empresa R$ 1,3 bilhão 
(valor da época). A Transbrasil, porém, não chegou a receber o dinheiro,
 que acabou usado para abater uma dívida de R$ 700 milhões com o 
governo. 
Prejuízos 
Nos
 processos, as empresas alegam que o congelamento das tarifas 
determinado pelo então presidente José Sarney provocou prejuízos, já que
 os custos da operação das aeronaves (combustível etc.) continuaram a 
subir no período. E afirmam que, por conta disso, devem ser indenizadas 
pelo governo. 
A
 Advocacia-Geral da União discorda. De acordo com a AGU, as empresas 
aéreas operavam sob permissão, e não concessão, por isso não têm direito
 a pedidos de reequilíbrio econômico. Ou seja, a União considera que as 
empresas assumiram o risco do prejuízo. 
Nos
 processos, a AGU também questiona o cálculo do prejuízo feito pelas 
empresas. O órgão considera que os valores estão inflados e que os 
documentos e planilhas apresentados pelas aéreas não provam que o 
congelamento foi responsável pelas perdas, que podem ser resultado de 
outros fatores, como má administração. 
Futuro 
O
 sucesso da Transbrasil e as vitórias parciais concedidas pela Justiça 
em favor da Varig mostram que são grandes as chances de as aéreas 
falidas conseguirem a indenização bilionária. 
Se
 isso se confirmar, o dinheiro teve ter o mesmo destino visto no caso da
 Transbrasil: abater dívidas com o governo. O G1 procurou a Receita 
Federal e os administradores das massas falidas, mas não conseguiu 
informações sobre o valor dessa dívida das empresas com a União. 
A
 Infraero, estatal que administra aeroportos, informou que tem a receber
 da Vasp e do grupo Varig (que inclui Rio Sul e Nordeste) R$ 534,7 
milhões em tarifas aeroportuárias, entre elas de pouso e permanência nos
 aeroportos. 
Valores das indenizações pedidas pelas empresas aéreas falidas (2011) 
Varig R$ 2,589 bilhões 
Vasp R$ 1,870 bilhões 
Rio Sul R$ 132,5 milhões 
Nordeste R$ 40,3 milhões 
Fonte: Advocacia-Geral da União (AGU) 
DIRETO DA PISTA
 
 
 
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