PARA HOSPEDAGEM CLIQUE NA IMAGEM

PARA HOSPEDAGEM CLIQUE NA IMAGEM
PARA HOSPEDAGEM CLIQUE NA IMAGEM

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Vôo barato é um mercado promissor na América Latina

Bloomberg News
As empresas aéreas de descontos estão decolando na América Latina, um dos últimos grandes mercados ainda pouco explorados pelo setor. Atraindo a classe média emergente para longe dos ônibus e para dentro dos aviões, elas estão transformando o panorama do transporte na região.
As novas aéreas de baixo custo no Brasil, México e Colômbia têm, em sua maioria, evitado a concorrência com companhias grandes e estabelecidas, que oferecem serviço completo. Em vez disso, elas conquistam passageiros que nunca voaram antes, oferecendo voos baratos, sem maiores confortos, para cidades secundárias que sempre necessitaram de viagens de ônibus de um dia inteiro.
Como resultado, houve um grande salto no número de passageiros aéreos nesses países. A recém-descoberta mobilidade abriu o fluxo do comércio e reduziu drasticamente o tempo de viagem para milhões de cidadãos em áreas com estradas precárias e opções de transporte limitadas.
"A América Latina é uma das últimas fronteiras" para as aéreas de baixo custo, diz Barry Biffle, um ex-executivo da americana da Spirit Airlines Inc. SAVE +1.62% que foi contratado este ano como diretor-presidente da VivaColombia. Com passagens a partir de US$ 15, a primeira companhia aérea de desconto da Colômbia capturou 6% do mercado doméstico em apenas 17 meses.
O setor de aéreas de baixo custo está cada vez mais saturado nos Estados Unidos, Europa e Ásia. Na América Latina, regulações governamentais, infraestrutura aeroportuária deficiente e o predomínio das grandes aéreas já estabelecidas são fatores que mantiveram os preços das passagens elevados e relegaram a grande maioria da população a viagens de ônibus. Agora, porém, a região é um terreno fértil para as aéreas de desconto, à medida que sobem os salários, a infraestrutura é melhorada e companhias aéreas grandes se consolidam ou fecham as portas.
A América Latina tem seis empresas aéreas de baixo custo, ante 22 no Sudeste Asiático, mas a proporção de assentos dessas companhias latino-americanas aumentou de menos de 10% em 2005 para quase um terço este ano, segundo o Centre for Aviation, firma de pesquisas de Sidney, Austrália. E o potencial é grande. A Boeing Co. BA +0.42%prevê que o tráfego aéreo dentro da América Latina vai quase quadruplicar nos próximos 20 anos, em comparação com um aumento previsto de 100% na Europa e de 57% na América do Norte.
No México, empresas de descontos ajudaram a levar a Mexicana, uma das duas principais companhias aéreas do país, à liquidação judicial em 2010. Desde então, as três aéreas de baixo custo do país preencheram a lacuna, aumentando sua participação no mercado doméstico de menos de 40% para 60%, enquanto o mercado local como um todo cresceu 10%, para 34 milhões de passageiros em 2012.
As aéreas de desconto têm na mira o setor de transporte rodoviário do México, um dos maiores do mundo. O prospecto para a abertura de capital, em setembro, da Volaris, uma das empresas de baixo custo do país, dizia que ela fixa o preço das passagens especificamente "para competir com os ônibus de longa distância", pois os mexicanos, em média, fazem menos de uma viagem de avião a cada dois anos, mas 50 viagens de ônibus nesse período.
O Grupo Iamsa, uma das maiores empresas de ônibus do México, tentou manter seus clientes lançando uma empresa aérea. Em 2006, ele fez parceria com um dos fundadores da transportadora irlandesa Ryanair Holdings RYA.DB +1.00% PLC para iniciar a aérea de desconto VivaAerobus. A Ryanair foi pioneira do modelo de custo ultrabaixo, uma versão mais extrema que oferece tarifas baixíssimas colocando mais assentos nos aviões, voando em horários inconvenientes e cobrando por serviços que antes eram gratuitos.
Numa tarde recente, no aeroporto da Cidade do México, 14 jovens integrantes de um grupo musical chamado La Nueva Incomparable aguardavam nervosamente seu primeiro voo. Cada passagem da VivaAerobus custou uns US$ 40 a mais que a passagem de ônibus para Cancun, onde o grupo tinha um contrato para tocar por dois meses, disse o empresário da banda, Santiago Guzman, de 19 anos. Mas eles esperavam economizar na alimentação, já que a viagem de ônibus duraria 24 horas.
No Brasil, a Gol Linhas Aéreas Inteligentes GOLL4.BR -1.47% começou como operadora de baixo custo no início de 2000, atraindo muitos passageiros de primeira viagem. Nos últimos anos, porém, ela perdeu seu diferencial "e se tornou uma companhia aérea normal", diz Respício Espirito Santo, professor de transportes da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Mas a Azul Linhas Aéreas Brasileiras veio preencher o seu lugar, elevando o tráfego ao ligar cidades secundárias e terciárias, com tarifas mais baixas. Desde 2009, quando a Azul chegou no país, até 2012, o número de passageiros domésticos subiu 53%, para 85 milhões, enquanto as viagens de ônibus caíram 3%, para 126 milhões, segundo dados do governo. Só em 2011, 10,7 milhões de brasileiros, ou cerca de 5% da população, voaram pela primeira vez, de acordo com a Associação do Transporte Aéreo da América Latina e Caribe.
No ano passado, a Azul se fundiu com a regional brasileira Trip, o que a ajudou a construir uma rede interna robusta, atendendo a 102 cidades, mais que o dobro do número servido pela Gol e pela TAM Linhas Aéreas. "Há alguns lugares na Bacia Amazônica onde a opção era: ou nós, ou uma viagem de barco de três dias", diz David Neeleman, fundador da JetBlue Airways Corp. JBLU +2.63% , nos EUA, e da Azul.
O sucesso da VivaAerobus no México levou seus fundadores e outros investidores a lançar uma empresa semelhante na Colômbia, a VivaColombia. No primeiro ano, as viagens de ônibus no país caíram quase 8% ante 2011, para 170,4 milhões de passageiros, enquanto os passageiros aéreos domésticos aumentaram 17%, para 16 milhões. A empresa contratou Biffle, da Spirit, em parte para ajudar a chefiar a investida da VivaColombia no preço das passagens, uma área em que ele foi um dos pioneiros nos EUA, cobrando taxas pela bagagem de mão e cartão de embarque.
Custos baixos e tarifas baratas são essenciais para estimular a entrada de novos passageiros, diz Biffle. "No início de alguns voos", diz, o pessoal de bordo pergunta quem está voando pela primeira vez, "e, em geral, cerca de metade da aeronave levanta a mão".
the wall street journal

Nenhum comentário: