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segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Defesa pode aliviar dor de fabricantes de jatinhos


Atribulada pela forte queda das vendas de jatos para empresas e pequenos aviões, a fabricante americana de aeronaves Hawker Beechcraft Corp. está tentando ir atrás do único consumidor que ainda está gastando: o governo dos Estados Unidos.

A Hawker, uma das mais antigas empresas de aviação dos EUA, embarcou num agressivo esforço para expandir seus negócios de aviões militares na esperança de aumentar seus contratos com as forças armadas americanas e de outros países. Numa feira da Associação Nacional da Aviação Empresarial dos EUA em Orlando no mês passado, o presidente da Hawker, Bill Boisture, chegou a vestir um uniforme militar para falar sobre os programas militares da companhia.

"Estamos planejando aguentar uma fase difícil no lado de novos jatinhos corporativos até 2012", disse Boisture numa recente entrevista ao Wall Street Journal nesta cidade no centro dos EUA, "de modo que temos a sorte de ter o reforço propiciado pelos contratos" militares.

No trimestre encerrado em 27 de setembro, a Hawker, controlada em sociedade pelo banco Goldman Sachs Group Inc. e uma afiliada da firma de private-equity Onex Corp., divulgou prejuízo de US$ 684 milhões com faturamento de US$ 758 milhões. Seu negócio principal, a venda de jatos corporativos e aviões para uso geral, caiu para US$ 504 milhões depois de chegar a US$ 604 milhões um ano antes. O único ponto positivo foi o faturamento na divisão de aviões de treinamento para uso militar, que subiu de US$ 77 milhões para US$ 170 milhões em um ano.

A Hawker está convencida de que suas vendas militares pode subir ainda mais. Ela forneceu ao Pentágono um modelo para treinamento básico de pilotos nos últimos oito anos e já exportou seus aviões para forças armadas em todo o mundo. Agora, está tentando expandir seus negócios militares com uma nova versão de um monomotor turboélice de alto desempenho, de dois lugares. A Hawker afirma que ele pode ser usado como avião de treinamento avançado ou ser armado como um avião de ataque para combater forças no solo.

Com a gigante do setor de defesa Lockheed Martin Corp., a Hawker Beechcraft planeja formalizar uma oferta para um contrato de fornecimento de 100 desses aviões para a Força Aérea, assim como um contrato para fornecer até 20 para a divisão de aeronáutica do exército afegão.

A Força Aérea só deve concluir a licitação no ano que vem. A Empresa Brasileira de Aeronáutica SA, de São José dos Campos, SP, também poderia fazer uma oferta.

Em novembro de 2008, a Hawker, trabalhando com a L-3 Communications Holdings Inc., conseguiu um contrato para vender 29 de seus turboélices King Air configurados como aviões de vigilância para fins militares.

A estratégia da companhia coincide com o interesse do Pentágono em adquirir sistemas bélicos mais baratos para as guerras modernas. A sede das forças armadas americanas está evitando programas caros como aviões de caça e sistemas de mísseis de efesa em favor de alternativas mais baratas que pode ser usadas rapidamente em lugares como o Afeganistão.

Essa estratégia abriu oportunidades para outras empresas industriais que querem usar vendas para o Pentágono para compensar o enfraquecimento dos negócios comerciais.

Mas é improvável que contratos militares compensem a queda nos negócios de aviação geral da Hawker. Concorrentes dela como a Cessna Aircraft Co., da Textron Inc., e a Learjet, da Bombardier Inc., também foram assoladas pela queda do mercado e demitiram milhares de empregados e reduziram a produção.

A própria Hawker já anunciou 2.800 demissões e o fechamento de uma fábrica nos EUA. Em suas vastas instalações aqui, algumas das linhas de montagem de jatinhos estão ociosas, enquanto a produção de seus modelos turboélice Baron e Bonanza foi cortada pela metade, segundo uma pessoa a par dos detalhes.

Mas pelo menos um prédio está em plena atividade, com trabalhadores construindo variações do avião de treinamento militar básico T-6. A Hawker já fez quase 570 deles desde que as Forças Aéreas o escolheram como seu novo avião de treinamento básico de pilotos em 2001. Desde então, a Marinha dos EUA e forças armadas em Israel, Grécia, Marrocos e Iraque já compraram variações do avião.

Se vencer a licitação da Força Aérea, a companhia vai usar o contrato como um colchão para o que especialistas do setor acreditam que será uma lenta recuperação da indústria de aviação geral que só ganhará tração a partir de 2012.

The Wall Street Journal

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