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segunda-feira, 16 de novembro de 2009

O dilema de um bilionário


Sebastian Piñera: Com a promessa de erradicar a pobreza do país, ele tem 37% das intenções de voto
Falta apenas um mês para a eleição presidencial do Chile, mas antes disso o país deverá ser palco de um meganegócio. O bilionário Sebastian Piñera, que é dono da empresa de aviação LAN e candidato pela Renovação Nacional, divulgou um comunicado na terça-feira 10, anunciando que pode diluir o comando acionário de seu grupo, chamado de Axxion, vendendo uma quantidade não declarada de papéis no mercado.

Piñera lidera com folga as pesquisas de opinião. ele tem 37% das intenções de voto e plenas chances de encerrar o reinado de 20 anos da Concertação, uma coalizão que reúne vários partidos de centro-esquerda e à qual pertence a presidente Michelle Bachelet. Na reta final de campanha, ele sofre um bombardeio - a oposição o acusa de ser um Silvio Berlusconi chileno, que misturaria o poder econômico e político. E é esse rótulo que ele quer evitar. "As empresas já são tão grandes que não precisam mais dele no comando direto", disse à Dinheiro Guillermo Holzman, professor de Ciências políticas da universidade do Chile.


Aos 59 anos, Piñera é o homem mais rico do país, com patrimônio estimado em us$ 2 bilhões. além da LAN, marca que substitui a Lanchile, ele é dono da rede de televisão Chilevisión, do clube de futebol Colo-Colo e possui participação em financeiras, bancos e construtoras. Sua candidatura tem apoio quase explícito do governo dos Estados unidos. "ele seria uma resposta ao bolivarianismo que cresce na América do Sul", avalia o consultor Ruy Schneider, que acaba de voltar de uma viagem de negócios a Santiago. E a decisão de diluir o controle acionário, criando uma empresa sem dono, é uma resposta às pressões que ele sofre do governo de Bachelet.

O palácio de La Moneda já havia enviado ao Congresso um projeto que o obrigaria a se desfazer de boa parte dos seus ativos. "O que queremos é que não haja conflitos entre o interesse público e a riqueza privada", declarou o ministro José Antonio Viera-Gallo. em resposta, Piñera prometeu não só pulverizar seu grupo como também criar um blind trust - um fundo no qual ele não teria nenhuma ingerência - para administrar sua fortuna pessoal.
Rumo ao Brasil: a empresa poderá operar voos locais, associada à Morro Vermelho, do grupo Camargo Corrêa


Rumo ao Brasil: a empresa poderá operar voos locais, associada à Morro Vermelho, do grupo Camargo Corrêa
Ao mesmo tempo que Piñera estuda sair da LAN, a companhia aérea, a maior da América Latina, quer entrar no Brasil operando linhas locais. Em abril, durante uma visita do presidente lula ao Chile, o presidente da empresa, Jorge Awad, manifestou seu plano de explorar o transporte de passageiros no Brasil. "É uma prioridade no curto e médio prazo", disse Awad, à época, aos jornalistas brasileiros. "Mas precisamos que o presidente apresse o projeto de lei que estabelece que o capital estrangeiro passe do atual limite de 20% para 49%." atualmente, a LAN já é uma das principais investidoras da Absa, empresa de transporte de cargas com sede em Campinas. a LAN Chile detém 20% das ações ordinárias e 100% das preferenciais da companhia, que tem ainda os sócios brasileiros Norberto Jochmann e Talito Endler. seguindo essa linha, nas últimas semanas aumentaram os rumores de que a aérea chilena estaria negociando com a morro Vermelho, uma empresa de táxi aéreo que pertence ao grupo Camargo Corrêa. Na agência nacional de aviação Civil (Anac), ainda não consta nenhum pedido formal da LAN, mas os técnicos admitem que é só esperar pela aprovação da lei para que a companhia desembarque por aqui.Mas sem Piñera na cabine de comando.
Isto É Dinheiro - SP

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