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segunda-feira, 25 de julho de 2011
O negócio suspeito entre a TAM e Ricardo Teixeira
Reportagem da Folha de São Paulo, assinada por Elvira Lobato e Júlio Wiziack, traz mais uma denúncia contra Ricardo Teixeira, presidente da CBF. “Dois meses antes de se tornar patrocinador da seleção” – diz a Folha – “o grupo TAM propôs vender a Ricardo Teixeira, presidente da CBF, um jato particular novo de US$ 12,5 milhões. Como parte do pagamento, Teixeira daria um avião usado, o Cessna de prefixo PT-XIB, que entraria no negócio por US$ 7,9 milhões. O avião novo seria entregue no primeiro trimestre de 2009. O negócio seria comum se Teixeira fosse dono do avião usado. Mas, naquela ocasião, a aeronave pertencia à fabricante Cessna, que a TAM representa no Brasil. Em maio, quando a TAM fechou patrocínio com a CBF, a TAM Táxi Aéreo foi autorizada pela direção da companhia a comprar o avião. Não entendeu? De novo: às vésperas de se tornar patrocinadora da seleção, a TAM propôs vender a Teixeira uma aeronave zero, aceitando o jato usado PT-XIB, pertencente à própria TAM, como parte do pagamento.
Os destinos seguintes do avião parecem ter sido traçados para deixar a história bem confusa. Teixeira não ficou com a aeronave nova, e a TAM vendeu o PT-XIB para a empresa Brasil 100% Marketing. O valor não foi revelado”.
“É difícil entender a história” – acrescenta a reportagem. “Afinal, à primeira vista, Teixeira só recebeu uma proposta comercial e jamais teve avião registrado em seu nome. Para a TAM, seria um negócio como outro qualquer. O estranho é que, além de aceitar como parte do pagamento um avião que já era seu, a TAM efetuou um negócio muito acima do valor de mercado, registrando provavelmente o maior desempenho em uma venda na história do setor. Também estranho é a TAM se recusar a explicar essa transação alegando confidencialidade. A Folha consultou advogados e especialistas que fazem esse tipo de operação para grandes empresários. Eles levantaram o histórico de mercado da aeronave PT-XIB (como horas voadas, por exemplo) a pedido da reportagem e verificaram que, em março de 2007, não valia mais que US$ 3 milhões, o equivalente a R$ 6 milhões.
O próprio Rosell afirmou em contrato assinado com Honigman que pagaria R$ 8 milhões no mesmo PT-XIB. Por que, então, ele aceitou pagar R$ 17,8 milhões? E por que vendeu o avião, três meses depois de registrá-lo na Anac, por R$ 7,2 milhões? Assumiu um prejuízo? Onde foi parar a diferença?
Comentário meu - Você quer saber qual será o resultado de mais essa denúncia? ZERO. Basta reler a entrevista que Ricardo Texeira deu à revista Piaui (reproduzida neste blog) para entender o que ele pensa daqueles que se metem com a contabilidade da CBF: “Que porra as pessoas tem a ver com as contas da CBF? Que porra elas tem a ver com a contabilidade do Bradesco ou do HSBC? Isso tudo é entidade privada, não tem dinheiro público, não tem isenção fiscal. Por que merda todo mundo enche o saco?”, disse o cartola. Além disso, o presidente da CBF pode até nem tomar conhecimento da Folha deste domingo: “Náo leio mais porra nenhuma, a vida ficou leve pra cacete, tá muito bom”, revelou à Piuai. E, por fim, enquanto as denúncias não partirem da Rede Globo, ele vai continuar ignorando tudo olimpicamente: “Já falaram tudo de mim… É tudo coisa da mesma patota, UOL, Folha, Lance, ESPN, que fica repetindo sempre as mesmas merdas… Portanto, eu só vou ficar preocupado quando sair no Jornal Nacional”.
marcondes brito
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