RIO DE JANEIRO (Reuters) - O presidente do grupo TAM, Marco Antonio Bologna, afirmou nesta terça-feira que está "bastante otimista" com a fusão da companhia com a LAN e descartou que a empresa combinada se voltará para a portuguesa TAP logo após ter sua união aprovada por um tribunal do Chile.
A fusão, que criará a maior companhia aérea latino-americana, está parada no Tribunal de Defesa da Livre Concorrência do Chile, depois que um grupo de defesa dos consumidores do país pediu à corte que avaliasse o impacto da associação da TAM com a LAN no mercado chileno.
"Não existe isso no nosso planejamento estratégico (aquisição da TAP). Temos primeiro que colocar a fusão com a LAN em pé, o que não é nada simples. Temos que buscar sinergias em receita, compras", disse o executivo, que calcula que a integração deve levar de dois a três anos.
Bologna admitiu, no entanto, que os processos de fusão no mercado aéreo devem continuar em curso para fazer frente a grandes concorrentes norte-americanos.
"O setor tem cada vez mais liberdade de preço, de voar... a indústria precisa cada vez mais de escala para concorrer", afirmou o executivo, a jornalistas, em evento do setor. "Dentro desse cenário de consolidação é que a gente olhou para a LAN (...) será importante para a integração da América e para o momento de crescimento da região."
Em maio, uma fonte do governo brasileiro afirmou à Reuters que o Brasil poderia financiar a aquisição pela TAM de uma parcela da TAP, que pode ser privatizada pelo governo português.
Segundo Bologna, a fusão com a LAN, anunciada em 13 de agosto do ano passado, está "no tempo correto. Somos conscientes e confiantes que teremos a autorização. Estamos bastante otimistas que isso acontecerá".
O presidente da TAM lembrou que, além do tribunal chileno, as duas empresas precisam de outras aprovações para a operação, como os órgãos de supervisão dos mercados de capitais dos Estados Unidos, do Brasil e do Chile, já que as duas empresas aéreas são listadas em bolsa. Ele preferiu não falar em um prazo para a conclusão da união das empresas.
Além disso, TAM e LAN irão necessitar do aval dos acionistas para uma oferta pública que será feita aos minoritários.
Inicialmente, a estimativa para completar a fusão das companhias aéreas era antes do encerramento de 2011.
Segundo Bologna, a discussão no tribunal chileno se concentra mais sobre os impactos da união das empresas no mercado chileno "e não a Latam como um todo".
AEROPORTOS
O presidente da TAM afirmou que a companhia aguarda um posicionamento do governo sobre o modelo de concessão dos aeroportos de Guarulhos, Viracopos e Brasília, cujos editais devem ser publicados em dezembro. Segundo ele, a TAM só teria interesse na privatização caso a concessão fosse segmentada.
"Até o momento, o modelo do governo seria de uma privatização para um consórcio. Se for modelo de concessão de áreas individuais, com certeza (temos interesse)", disse Bologna.
O executivo citou estimativas que apontam que o acesso ao transporte aéreo vai crescer fortemente nos próximos anos no Brasil e a previsão é que em 2025 o país esteja transportando cerca de 280 milhões de passageiros por ano, cerca de quatro vezes mais que o volume atual.
"Vamos estar chegando no nível dos Estados Unidos dos anos de 1980, com 50 anos de atraso, temos que analisar a nossa realidade de desenvolvimento", disse.
Para 2011, a expectativa da TAM é de que o mercado aéreo brasileiro cresça entre 15 e 18 por cento, afirmou Bologna.
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