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segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Polónia atribui à Rússia parte da culpa na queda de avião que matou Kaczynski

As autoridades polacas revelaram hoje as conclusões do inquérito feito ao desastre de avião, em Abril de 2010, que causou a morte do Presidente do país, Lech Kaczynski, e a de 95 outras pessoas, atribuindo a “erros” cometidos pela Rússia – nomeadamente “comunicação deficiente” do aeroporto de Smolensk – parte da responsabilidade pelo acidente.

Kaczynski, a sua mulher, Maria, e um grupo de militares e responsáveis políticos de topo da Polónia morreram no acidente
Kaczynski, a sua mulher, Maria, e um grupo de militares e responsáveis políticos de topo da Polónia morreram no acidente (Foto: Sergei Karpukhin/Reuters)

Admitindo que as principais causas da queda do Tupolev cabem ao lado polaco, desde o “equipamento deficiente” ao “fraco nível de formação da tripulação, que constitui uma ameaça à segurança dos voos”, a equipa de peritos polacos – que investigou o acidente durante os últimos seis meses – não deixou de apontar que as comunicações feitas pelos responsáveis aeroportuários de Smolensk foram “incompletas e com falhas”. E que o chefe da zona de aterragem tinha “pouca experiência” e deu “instruções erradas” ao piloto do avião.

“Esta comissão concluiu que os sistemas de iluminação no aeroporto tiveram falhas e são inadequados”, conduzindo a “fraca visibilidade”, sublinhou um dos membros da comissão de inquérito governamental, Robert Benedict, em conferência de imprensa. Segundo este mesmo responsável, o lado russo deu ordens imprecisas ao piloto, o qual estava a fazer uma “tentativa de aproximação à pista”, sob condições atmosféricas adversas, em vez de realmente proceder à aterragem, quando o avião se despenhou na sequência de “um cálculo errado da sua distância a terra”.

O ex-Presidente Lech Kaczynski, a sua mulher, Maria, e um grupo de militares e responsáveis políticos de topo da Polónia morreram no acidente, quando se deslocavam, a 10 de Abril do ano passado, para uma cerimónia que assinalava o 70º aniversário do massacre de Katyn, onde foram assassinados mais de 20 mil oficiais do exército do país pela polícia secreta russa durante a II Guerra Mundial.

As conclusões da Polónia, feitas no documento de mais de 300 páginas, não serão seguramente bem acolhidas em Moscovo, onde um relatório feito ao mesmo acidente, e conhecido em Janeiro passado, apontou “total responsabilidade” pela queda do avião à tripulação polaca – o que provocou então uma reacção furiosa das autoridades polacas e complicou as relações bilaterais numa altura em que os dois países, tradicionalmente desavindos, expressavam ambos alguns sinais de aproximação.
publico pt


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