Kaczynski, a sua mulher, Maria, e um grupo de militares e responsáveis políticos de topo da Polónia morreram no acidente (Foto: Sergei Karpukhin/Reuters)
Admitindo que as principais causas da queda do Tupolev cabem ao lado polaco, desde o “equipamento deficiente” ao “fraco nível de formação da tripulação, que constitui uma ameaça à segurança dos voos”, a equipa de peritos polacos – que investigou o acidente durante os últimos seis meses – não deixou de apontar que as comunicações feitas pelos responsáveis aeroportuários de Smolensk foram “incompletas e com falhas”. E que o chefe da zona de aterragem tinha “pouca experiência” e deu “instruções erradas” ao piloto do avião.
“Esta comissão concluiu que os sistemas de iluminação no aeroporto tiveram falhas e são inadequados”, conduzindo a “fraca visibilidade”, sublinhou um dos membros da comissão de inquérito governamental, Robert Benedict, em conferência de imprensa. Segundo este mesmo responsável, o lado russo deu ordens imprecisas ao piloto, o qual estava a fazer uma “tentativa de aproximação à pista”, sob condições atmosféricas adversas, em vez de realmente proceder à aterragem, quando o avião se despenhou na sequência de “um cálculo errado da sua distância a terra”.
O ex-Presidente Lech Kaczynski, a sua mulher, Maria, e um grupo de militares e responsáveis políticos de topo da Polónia morreram no acidente, quando se deslocavam, a 10 de Abril do ano passado, para uma cerimónia que assinalava o 70º aniversário do massacre de Katyn, onde foram assassinados mais de 20 mil oficiais do exército do país pela polícia secreta russa durante a II Guerra Mundial.
As conclusões da Polónia, feitas no documento de mais de 300 páginas, não serão seguramente bem acolhidas em Moscovo, onde um relatório feito ao mesmo acidente, e conhecido em Janeiro passado, apontou “total responsabilidade” pela queda do avião à tripulação polaca – o que provocou então uma reacção furiosa das autoridades polacas e complicou as relações bilaterais numa altura em que os dois países, tradicionalmente desavindos, expressavam ambos alguns sinais de aproximação.
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