Os sete anos da morte de 154 pessoas no acidente com o voo 1907 da Gol provocado por um Legacy pilotado por dois norte-americanos foram lembrados neste domingo, em missa para homenagear as vítimas, na Igreja Rainha da Paz. Foto: Antônio Cruz/ABr |
Em outubro do ano passado, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) condenou os pilotos a pena de três anos, um mês e dez dias de prisão em regime semiaberto. A decisão mudou a condenação anterior, da Justiça Federal em Sinop (MT), de quatro anos e quatro meses em regime semiaberto, pena que acabou sendo transformada em prestação de serviços comunitários. Os representantes das vítimas recorreram e aguardam julgamento do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Para a diretora da associação, Rosane Gutajhr, os parentes das vítimas só conseguirão superar a dor quando o “ciclo” for encerrado. “Acredito que todos os familiares só vão poder retomar suas vidas, mesmo que mutiladas, depois que essa ferida for cicatrizada e esse ciclo for fechado com a punição aos pilotos”, disse à Agência Brasil.Segundo Rosane, a doação de alimentos e material escolar é uma forma de tentar transformar a dor em algo positivo. “Depois de sete anos, é um sentimento de saudade, de dor e de indignação, tudo misturado. Sentimos saudade e dor, e estamos tentando transformar a indignação em um gesto positivo e também pedindo que não deixem o caso prescrever na área criminal, que aumentem a pena para esses pilotos. Eles levaram três anos [de prisão em regime semiaberto] e quem rouba um pote de margarina pega três anos. Eles mataram 154 pessoas”, criticou Rosane.
Foto: Antônio Cruz/ABr |
No total, 154 cestas básicas serão repassadas para o Lar Casa de Ismael, em Brasília, e 154 kits de material escolar serão doados para a Escola de Educação Profissional Rolf Gutjahr, em Porto Alegre. O nome da instituição é uma homenagem a Rolf Gutjahr, um dos mortos no acidente da Gol.
De acordo com Rosane, a associação vai acionar a Corte Interamericana de Direitos Humanos para cobrar a punição aos pilotos norte-americanos. “Ela pode ser acionada pelos governos ou por particulares, por meio de entidades. A associação está denunciando os Estados Unidos por não respeitarem os acordo na área penal firmado com o Brasil.”
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