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segunda-feira, 13 de julho de 2009

Galeão: os erros têm data para terminar


A imagem de uma pessoa, de um produto, de uma empresa ou até mesmo de uma cidade demora anos para ser construída. E, infelizmente, de maneira veloz, pode ser demolida das mentes e dos corações.

Ao pensar nisso, lembro do Rio de Janeiro de tempos atrás, de como eram inocentes e tranquilos os bairros cariocas e de como era seguro viver na cidade.

Outro dia, li um artigo de um famoso cronista em que inseria o Aeroporto do Galeão neste cenário de nostalgia. Ele lembrava do tempo em que viajar era sinônimo de glamour e de como atravessar a Ilha do Governador para despedir-se de um parente ou amigo, que estava prestes a cruzar o Atlântico, era um programa imperdível. Os que iam, com seus bem cortados ternos e tailleurs, a caminho do velho setor vermelho de embarque internacional, acenavam para aqueles que ficavam, felizes, no Rio de então.

Mas parece que o passar do tempo trouxe consigo um descompasso social. Questões como violência urbana, tráfego, tráfico de drogas e total falta de segurança, até mesmo para atravessar a Linha Vermelha, passaram a fazer parte do cotidiano do cidadão do Rio.

Quanto aos problemas que infelizmente o carioca experimenta diariamente eu não posso definir o prazo para solucioná-los, mas uma coisa é certa: os erros que fizeram do Galeão parte desta desilusão coletiva têm data para terminar. E não é somente por conta da Copa de 2014. E sim pela motivação de reconstruir a imagem de um dos maiores ícones do Rio de Janeiro: o Galeão.

Entendo que gerenciar uma estratégia para reconquistar um sentimento perdido é árduo, mas possível. A Infraero tem gente, vontade e dinheiro.

O que motiva a empresa que administra outros 66 aeroportos é o compromisso com o passageiro, com a melhoria da gestão. Passamos a régua e estamos investindo quase R$ 700 milhões desde o ano passado no Galeão.

Conclusões de obras inacabadas, novos sanitários, pisos, forros, elevadores e escadas rolantes são apenas parte do novo Galeão. Em sintonia com estas mudanças, aposto na nova cara da empresa e, por que não, em uma nova imagem? Em sintonia com a percepção da qualidade do serviço oferecido, temos consciência de que, além do default segurança e qualidade, há a questão do correto mix comercial.

Diagnósticos constantes são elaborados e dão a resposta: quem frequenta o Galeão quer mais. Quer um restaurante classe A, um fast sleep e uma variedade de bancos, por exemplo. Logo, a proposta dos novos terminais de passageiros vem ao encontro do que há de mais moderno no mundo.

Fará parte também deste novo aeroporto a retomada do antigo setor vermelho do Galeão, com direito a um novo free shop.

Haverá uma expansão do terminal e consequentemente de diversos espaços comerciais em todos os andares, com implantação de lojas de varejo, alimentação e ser viços, somando-se ao mall comercial já existente, o qual será repaginado à medida que se esgotarem os prazos de vigência contratual dos atuais concessionários.

Sem - em nenhum momento - desconsiderar a segurança da operacionalidade, vamos sim, continuar a investir e acreditar no Galeão.

Na contramão de pseudoespecialistas em aviação ou de pessoas que insistem em que nada está sendo feito, lamento, pois as melhorias estão claras e podem ser conferidas a cada dia. Não sei se em breve os cariocas poderão transitar nas ruas do Rio de Janeiro com segurança e tranquilidade. Mas tenho a certeza de que, a cada novo dia, eles desfrutarão de mais conforto e segurança no aeroporto em questão. E com um pouco mais de paciência, eu garanto que, pelo menos no Galeão, poderemos recordar um Rio glamouroso.

A quem interessa então bater pesado em um aeroporto que está sendo totalmente renovado e que dá - sim - lucro? Vale a reflexão.

CLEONILSON NICÁCIO SILVA é presidente da Infraero
Aeroportos no Brasil

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