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sexta-feira, 21 de outubro de 2011

TAM perde espaço para chilenos no comando da Latam



A TAM perderá espaço no comando da Latam, empresa resultante da fusão com a LAN Airlines. A avaliação do mercado é de que, mesmo tendo Maurício Rolim Amaro na presidência do Conselho de Administração da nova companhia, a palavra final ficará com os chilenos. Primeiro, porque a LAN terá 70% de participação do capital da Latam, enquanto a TAM fica com apenas 30%. Segundo, a sede da nova área será em Santiago, no Chile, e o presidente executivo será chileno. E ainda mais importante é o fato de que a família Cueto, que controla a LAN, é conhecida pelo pulso firme na gestão.

Foto: Getty Images

TAM perderá espaço para chilenos no comando da Latam. Pulso firme da família Cueto, controladora da LAN, deve dar o tom da gestão

“Os atuais controladores da LAN levam a empresa na rédea curta. Não por acaso, a qualidade de gestão da LAN é reconhecida no mundo inteiro. Já a TAM vem perdendo o controle operacional de seus negócios desde a morte de seu fundador, o comandante Rolim Amaro. A ascendência dos chilenos em termos de gestão e controle da Latam deverá ser natural”, diz Danilo Amaral, sócio da Trindade Investimentos e ex-CEO da BRA, antiga concorrente da TAM.

“Se confirmada [a fusão], a TAM deixará de ser uma empresa brasileira do ponto de vista de controle acionário”, afirma Hildebrando Hoffmann, coordenador do curso de ciências aeronáuticas da PUC-RS. Por si só, o cargo de presidente do Conselho de Administração da Latam não garante que a TAM terá voz na nova empresa, segundo Hoffmann. “É preciso saber quem serão os outros membros do Conselho. Se a maioria for do grupo LAN, o peso da TAM nas decisões finais ficará comprometido”, diz. Procurada pela reportagem, a TAM preferiu não comentar o assunto.

Para Amaral, da Trindade Investimentos, a aérea brasileira terá que se esforçar para ter o mesmo nível de gestão que a LAN. Se por um lado isso pode causar certo desgaste para os brasileiros, diz ele, será uma ótima oportunidade para a liderança da TAM se aprimorar. “A LAN é uma empresa com dono de pulso forte e essa figura faz falta à aérea brasileira, que perdeu o comandante Rolim”, diz.

“Tábua de salvação”

Mesmo assim, o negócio é visto como vantajoso para a TAM, que lida com alto nível de endividamento e concorrência cada vez maior de companhias estrangeiras no Brasil. “Foi uma tábua de salvação para eles. A TAM não teria muitas alternativas a não ser entrar em um negócio dessa natureza”, afirma Hoffmann.

Para o brigadeiro Allemander Pereira, consultor e ex-diretor da Anac, a união faz sentido especialmente quando se considera o contexto internacional. “Estamos vendo um movimento forte de fusão de grandes aéreas em diversos países – como a espanhola Iberia e a britânica British, a francesa AirFrance e a holandesa KLM. A criação da Latam vai fortalecer um grupo latino-americano que tenta se igualar a seus competidores”, diz.

Em entrevista ao iG em setembro, Marco Antonio Bologna, presidente do grupo TAM disse que a fusão dará à empresa “uma dominância muito grande no hub sul-americano, para fazer frente à competição que está cada dia maior. Com a fusão, a empresa poderá enfrentar a concorrência das companhias europeias e americanas, que estão se consolidando”. Juntas, TAM e LAN terão uma frota de cerca de 260 aviões e devem conseguir sinergias de US$ 400 milhões ao ano. Para se concretizar, o negócio agora depende da aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

A criação da Latam reflete um movimento que começou três anos atrás, com a adoção da política de “céus abertos” no Brasil – que liberou a entrada de aéreas internacionais no País e ampliou a concorrência. “Escancararam nosso mercado e a competição ficou mais acirrada”, afirma Pereira. “Isso foi uma sinalização para o mercado, que passou a procurar meios de se defender para enfrentar tempos mais difíceis e uma competição maior.”

Segundo o consultor, as famílias controladoras da TAM e da LAN têm um histórico de bom relacionamento, o que deve favorecer o negócio. “Eles já compraram aeronaves juntos, têm bastante sinergia e um relacionamento construído com base na confiança mútua, o que é muito importante”, diz. Analistas de investimento também veem a fusão como positiva para os acionistas, pois trará ganhos de produtividade e escala para a TAM. Para Ignacio Spencer, da corretora chilena IM Trust, “o negócio trará ganhos operacionais importantes.”

ig economia

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