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terça-feira, 26 de março de 2013

TAP: pilotos e técnicos antigos substituídos por menos experientes

Os sindicatos da aviação consideram que a proposta de contratação que a TAP entregará ao Governo «é a prova» da «aplicação inconsequente» das leis orçamentais e sublinham que os novos trabalhadores não têm a «experiência de anos» dos que saíram.

Contactados pela Lusa, os sindicatos dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC), dos Técnicos de Manutenção de Aeronaves (SITEMA) e dos Técnicos de Handling são unânimes mas são também «a prova do esvaziamento e da saída dos ativos com muitos anos de experiência» da TAP, após os sucessivos cortes salariais.

O «Jornal de Negócios» noticiou esta segunda-feira que o presidente executivo da TAP, Fernando Pinto, afirmou que pretende entregar esta semana uma proposta de contratação ao ministro das Finanças, depois da saída de cerca de 60 trabalhadores qualificados no ano passado, 18 pilotos e 38 técnicos de manutenção, que emigraram para outras companhias.

«A contratação é a clara evidência de que a aplicação das leis orçamentais à TAP é irracional e está a destruir a empresa», disse o presidente do SPAC, Jaime Prieto.

O dirigente sindical sublinha que «a fiabilidade operacional da transportadora está posta em causa» e que sem os cortes aplicados, o Estado encaixaria 13 milhões de euros, entre IRS e segurança social, verba que reverte agora para a empresa.

Também André Teives, presidente do Sindicato dos Técnicos de Handling, frisa que os trabalhadores são o grande ativo e a empresa «está a perder valor todos os dias» devido aos constrangimentos orçamentais.

A este junta-se o facto de os novos trabalhadores não terem a mesma experiência dos pilotos que saíram, o que também implica formação adicional e pilotos parados no chão.

«Não é substituível um comandante de médio e longo curso com 15 ou 20 anos de experiência e com 10 ou 15 mil horas de voo, por um, nem por dois, jovens pilotos com 500 horas de voo. Isto não é comparável», reforçou Jaime Prieto.

O responsável explicou que sempre que se substitui um comandante de topo é necessário mexer nos três graus abaixo, de forma a que os níveis acima sejam sucessivamente ocupados. Por exemplo, quando sai um comandante de longo curso este lugar será ocupado por um comandante de médio curso que terá por sua vez de fazer uma formação para o efeito e assim sucessivamente.

Além dos «custos elevadíssimos de formação», que pode demorar meses, e «de voos parados e cancelados», o dirigente sindical destaca a subcontratação de voos por companhias charter, revelando que só ano passado, a saída de pilotos obrigou à contratação de 800 horas de voo extraordinárias.

Também o vice-presidente do SITEMA, José Freches, frisa que os técnicos de manutenção que forem contratados «estão a começar a carreira» e «só ao fim de quatro, cinco, seis anos é que estarão habilitados a trabalhar sozinhos».

José Freches considera que num momento em que se fala de expansão de frota, linhas e voos, «será muito complicado trabalhar com terceiros», como atualmente acontece com a Finnair ou a Força Aérea Francesa.

Os dirigentes sindicais criticam ainda o desfasamento dos salários quer dos pilotos da TAP, «que chegam a ser inferiores em 60% a 70% face a outras companhias mesmo europeias», quer dos técnicos de manutenção da TAP «que recebem entre 3 a 4 vezes menos do que os de outras companhias».

Os sindicatos consideram que a TAP «tem sobrevivido da boa vontade e compreensão» dos seus trabalhadores e que estes têm pago erros de gestão da administração, acionistas ou tutela.

Para os próximos meses os sindicatos têm já indicação de que deverão sair pelo menos mais quatro pilotos e 20 técnicos de manutenção.
ao considerar que as contratações «são positivas»,
TVI 24/NEGÓCIOS

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