A Helibrás vai desenvolver e fabricar um helicópero brasileiro e até o
fim de 2013 decidirá que classe de aeronave vai ser desevolvida em sua
fábrica em Itajubá,
Minas Gerais. Eduardo Marson, presidente da empresa, disse nesta
segunda-feira (8) que o modelo deverá ser apto tanto ao uso civil como
militar e deve ser capaz de atrair compradores no Brasil e no exterior.
Segundo o executivo, o investimento no helicópero brasileiro,
dependendo do modelo a ser desenvolvido, vai variar de € 300 milhões a €
600 milhões. A escolha do Brasil para a criação de uma nova aeronave se
deu principalmente pela "disponibilidade de engenharia e pelas escolas
fortes", disse Marson.
"A Universidade Federal de Itajubá criou um curso de engenharia de
aeronáutica voltado para helicópteros e tem ainda um centro de
tecnologia de helicópteros", explicou o executivo, que está no Rio de
Janeiro para participar da Latin America Aerospace and Defence (Laad),
que começa na terça-feira (9) no Riocentro reunindo empresas do setor de
defesa e segurança.
Com uma encomenda de 50 helicópteros para as Forças Armadas – sete
deles já entregues e os demais com prazo de entrega até 2017 – a
Helibrás espera estar faturando em três anos R$ 1 bilhão. Hoje o
faturamento da empresa, que há 35 anos está no Brasil, é de R$ 200
milhões. A empresa vai investir mais forte no setor de serviços, que
pesa 30% em seu faturamento.
"Temos que crescer mais no setor de serviços porque o offshore é um heavy user", disse Marson.
O executivo calcula que a indústria de óleo e gás tem um décit de cem
helicópteros para o trabalho no offshore brasileiro. E o cenário para a
empresa é promissor. Segundo Marson, existe ainda um memorando de
entendimento com a Líder para a compra de 14 helicópteros.
A Helibrás é uma das divisões do Grupo Eads e é a única fabricante
sul-americana de helicópteros e única subsidiária integral da
Eurocopter.
A empresa, que em 2009 tinha 260 funcionários, hoje tem 769 e vai
terminar 2013 com 850, chegando aos mil funcionários em 2014. De sua
fábrica saem por ano 40 novos helicópteros pequenos, tipo Esquilo, e 13
de grande porte. Marson adiantou que em 2015 a Helibrás estará
produzindo 16 helicópteros de grande porte por ano.
O Grupo Eads considera o Brasil um país estratégico para o
desenvolvimento de seus negócios não apenas para atender ao mercado
interno, mas também para exportar seus equipamentos, disse Marson.
"Estamos aqui há muito tempo. E estamos alinhados com a estratégia do
Brasil no desenvolvimento da defesa e de uma indústria sustentável. O
Brasil pode ser um hub", comentou Anne Tauby, vice-presidente sênior
para a América Latina da Eads.
A executiva disse que é importante a perspectiva do grupo na América
Latina, que representa 11% do total dos negócios da Eads, quando cinco
anos atrás sua representação era de 5%. A Eads é líder mundial nos
segmentos aeroespacial e de defesa e inclui as empresas Airbus, Astrium,
Cassidian e Eurocopter. O grupo tem mais de 140 mil funcionários e
registrou uma receita de € 56,6 bilhões em 2012.
HANGAR DO VINNA
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