Um relatório do Cenipa - Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos, extraoficialmente, concluiu que a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) não teve culpa no acidente aéreo do vôo 3054, da TAM, em Congonhas, São Paulo, quando morreram 199 pessoas.
Em razão disso, caiu o ministro da Defesa, Waldir Pires, e o presidente da Anac, o gaúcho Miltom Zuanazzi.
Zuanazzi "comeu o pão que o diabo amassou". Depois de depor seis vezes numa CPI do Senado - o recordista -, foi defenestrado por Nelson Jobim (PMDB), que havia assumido o ministério da Defesa "com pompa e circunstância" e carta branca de Lula, para resolver a crise na aviação civil brasileira, depois da crise da Varig, da queda de um avião da Gol, outro da TAM e da greve dos controladores de vôo, que durou longos sete meses.
Demitido e sem emprego por um longo tempo, Zuanazzi se isolou. Agora, voltou a falar. Foi durante o programa "Gente", da Rádio Bandeirantes. "A gente não pode ter ódio na vida. São coisas da política. A política tem dessas maldades. Durante todo esse tempo exerci a paciência", resignou-se.
Milton Zuanazzi chega a admitir que Nelson Jobim poderia ter, na época, alguma ambição política maior, daí ter-se considerado um "salvador da Pátria". "Embalado pela mídia, que queria soluções para a crise, ele buscou uma forma antiga de mudar a situação, mandando recadinhos subliminares para que eu abandonasse o cargo, ainda que eu já houvesse acenado com um pedido de demissão".
Apesar de tudo isso, Milton Zuanazzi, do PDT, amigo de Dilma Rousseff (PT), não se sente abandonado pelo governo, mas revela certa amargura ao revelar que não quer mais saber de função pública: o meu nível de exposição foi muito grande. "Fui condenado ao silêncio e a culpa eterna por, talvez, ter nascido".
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