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sexta-feira, 5 de março de 2010

Documentário simula explosão de atentado frustrado em Boeing no Natal


Teste mostrou que detonação em voo entre Amsterdã e Detroit não teria rompido a fuselagem.

A eventual detonação de explosivos em um Boeing 747 que viajava entre Amsterdã e Detroit no Natal do ano passado não teria sido capaz de derrubar a aeronave, segundo mostrou uma explosão de teste realizada como parte de um documentário da BBC sobre segurança aérea.

O nigeriano Umar Farouk Abdulmutallab, de 23 anos, foi preso após ser contido por passageiros ao supostamente tentar detonar explosivos que levava junto ao corpo durante o voo que levava 289 pessoas, em dezembro.

Assista ao vídeo

Foto: BBC
Cena do documentário 'How safe are our Skies?' (Foto: BBC)

Usando os mesmos explosivos encontrados com Abdulmutallab, a explosão de teste não foi capaz de romper a fuselagem do avião.

Segundo especialistas, porém, pelo menos o suspeito de carregar os explosivos e o passageiro ao lado teriam morrido caso ele tivesse conseguido detoná-los.

O documentário "How safe are our Skies?" (Quão seguros são nossos céus?) foi ao ar na noite desta quinta-feira na Grã-Bretanha.

Condições recriadas

John Wyatt, um especialista internacional em terrorismo e explosivos e consultor da Organização das Nações Unidas, recriou as condições a bordo do vôo 253 em uma fuselagem de um Boeing 747 retirado de serviço.


Ele usou a mesma quantidade do explosivo pentaeritritol (PETN) que Abdulmulattab supostamente levava durante o vôo. O explosivo foi colocado na mesma posição em que o nigeriano estava sentado no avião.


Wyatt e o capitão J. Joseph, investigador sobre acidentes aéreos, concluíram que a quantidade de explosivos usada não teria sido suficiente para romper a fuselagem.


"Se fosse um material mais rígido, poderíamos ter visto uma fissura ou rompimento, mas esse é na verdade um material bastante flexível", afirmou Wyatt.


"Eu fiquei bastante impressionado pela estrutura da aeronave. Ela aguenta uma pancada bem forte", disse.

Pouso com segurança

Joseph, por sua vez, disse que eles verificaram que o avião perdeu alguns rebites, mas que nenhum controle de voo ficou comprometido.

"Certamente nenhum tanque de combustível foi rompido. Estou bastante seguro de que a tripulação poderia ter controlado o avião sem problemas e pousado com segurança", afirmou.

Porém os especialistas dizem que a morte do suspeito de levar a bomba e do passageiro ao seu lado teria sido uma experiência bastante traumática para os demais passageiros.


"Teria sido bem horrível. Obviamente que a própria explosão causaria rompimento do tímpano", disse Wyatt.


Segundo Joseph, o barulho e a fumaça na cabine seriam terríveis. "Sem mencionar as partes de corpos que teriam sido desintegradas com a explosão", disse.


Apesar disso, ele considera que a explosão de teste deve servir para acalmar os viajantes. "Acho que isso deve aumentar a confiança dos passageiros. Após ver o quão bem a aeronave manteve sua integridade estrutural, e obviamente a capacidade do piloto de manejar o avião, isso daria a eles um alto grau de confiança", afirmou.


Por questões de segurança, os especialistas não puderam dar detalhes sobre os danos causados pela explosão dentro da cabine.

'Quadro realista'

Para Kip Hawley, ex-chefe do serviço americano de segurança nos transportes (TSA, na sigla em inglês), a experiência realizada por Wyatt e Joseph "dão um quadro realista dos efeitos de uma bomba semelhante à usada no Natal".

"A questão de que as fuselagens atuais são mais resistentes do que muitos imaginam é um ponto crítico", disse.

Segundo ele, os governos realizam testes sofisticados semelhantes ao do documentário e usam seus resultados para basear as medidas de segurança vistas nos aeroportos.

"Especificamente, esse é o tipo de teste que levou à decisão de limitar a 100 mililitros a quantidade de qualquer líquido, levado em uma bolsa plástica fechada, que pode passar pela checagem de segurança (no embarque para qualquer voo)", afirmou.

Os resultados dos testes realizados pelo documentário da BBC devem ser agora divididos com autoridades e especialistas em segurança em todo o mundo.

g1

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