No encontro com o chanceler Celso Amorim, ontem, no Itamaraty, a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, fez lobby em favor da compra pelo Ministério da Defesa dos caças F-18 Super Hornet, da Boeing, para reequipar a Força Aérea Brasileira (FAB). Na terça-feira, véspera do desembarque de Hillary na capital, o gerente internacional da Boeing, Michael Coggins, também percorreu gabinetes e procurou a imprensa para dizer que a secretária tentaria reverter a “falta de confiança” que o Brasil tem na proposta dos EUA.
“Ela abordou (o assunto dos caças) da maneira que vocês podem imaginar. Ela deu uma introdução no assunto, pediu para o embaixador falar. Disseram que o caça é o melhor, é o mais barato, da melhor qualidade do mundo. Eu não esperava ouvir nada diferente”, contou Amorim ao fazer um relato sobre como é que foi feito o pedido em favor dos caças F-18.
O relatório final do Ministério da Defesa sobre a avaliação dos três caças concorrentes ao projeto FX-2 – o norte-americano F-18, o francês Rafale (Dassault) e o sueco Gripen (Saab) – será entregue “dentro de 20 dias” ao presidente Lula. Coggins disse ao Estado que a Boeing só precisa “de uma oportunidade” para provar ao governo a “”superioridade da proposta de transferência de tecnologia”. Numa carta enviada ao ministro Nelson Jobim, a empresa diz que “como demonstração de nossa confiança, a Boeing aceitará uma penalidade financeira de 5%, com base em qualquer obrigação não concretizada”".
O Planalto e a Defesa ironizaram a decisão da Boeing dizendo que não interessa a penalização, interessa a tecnologia “irrestrita” (como propôs a França) e não a “necessária” (como ofereceu a Boeing).
Poder aéreo
Nenhum comentário:
Postar um comentário