O Legacy 650 é capaz de voar 7,2 mil quilômetros, suficiente para fazer São Paulo – Miami sem escalas, e custará US$ 29,5 milhões.
Um avião executivo para até nove passageiros capaz de fazer o trajeto São Paulo-Miami sem escalas. Essa é a promessa do novo Legacy 650, o jato executivo que a Embraer apresentará pela primeira vez na Latin American Business Aviation Conference and Exhibition (Labace), que começa nesta quinta-feira em São Paulo. O avião é capaz de percorrer 7,2 mil quilômetros, cerca de 900 quilômetros a mais do que a versão anterior. “O novo Legacy 650 é capaz de fazer algumas das rotas mais importantes da aviação internacional”, disse Luís Carlos Affonso, vice-presidente de aviação executiva da Embraer. A aeronave chegará ao mercado no segundo semestre por US$ 29,5 milhões.
Para fazer com que o Legacy 650 tenha uma autonomia maior, a fabricante de aviões promoveu algumas mudanças no avião. Uma delas é o aumento do tanque de combustível, que ganhou mais espaço nas asas. Além disso, ele será equipado com motores Rolls-Royce AE 3007A2, considerados mais eficientes e potentes. As mudanças na potência e na velocidade foram acompanhadas de reforço na estrutura. O Legacy 650 ganhou asas e trem de pouso mais fortes e a acústica da cabine dos passageiros foi mudada para reduzir o barulho. Já o design do interior não sofreu grandes alterações. O avião tem três zonas de cabine, cozinha espaçosa e compartimento de bagagem acessível durante o vôo.
O Legacy 650 não será o único avião da Embraer que será exposto durante a Labace. Ele estará acompanhado dos modelos da família Phenom, o 100 e o 300. O Phenom 100 é o jato executivo mais barato do mercado. Isso explica por que 35 novas unidades foram entregues no primeiro semestre deste ano, transformando-o no modelo mais popular do segmento no período. Com capacidade para quatro passageiros (a Embraer está trabalhando para certificar um quinto assento), o Phenom 100 é o avião de entrada de mercado da fabricante brasileira e custa cerca de US$ 4 milhões. A primeira aeronave foi entregue no final de 2008 e hoje existem 40 aviões voando no Brasil, o que faz dele a maior frota em operação no País.
Um detalhe interessante sobre o Phenom 100: há dez anos, a aeronave não poderia ser produzida. Naquela época, não existia tecnologia para fazer uma turbina tão pequena para a categoria de aviões ultra leves, da qual o modelo faz parte. O motor PW617F, da Pratt & Whitney, tem um ventilador (as pás que captam o vento) de 40 centímetros de diâmetro. É quase do tamanho da cabeça de um adulto e chama a atenção pelo tamanho reduzido. Já a turbina CF6, produzida pela General Electric e usada em jatos comerciais como o Boeing 747 e o 787, tem ventilador com diâmetro de 2,8 metros. A expectativa da Embraer é que 120 modelos Phenom 100 sejam entregues ao ano.
O Phenom 300, terceiro avião que a Embraer vai demonstrar durante a feira de aviação em São Paulo, é o representante da fabricante na categoria leves. A aeronave é um pouco maior do que o outro integrante da família: tem capacidade para transportar até nove passageiros. Seu preço? Chega a US$ 8,1 milhões. Das oito categorias existentes na aviação executiva, a Embraer tem produtos em metade. Nos próximos meses, com a chegada do Legacy 650 e dos dois novos aviões da família Legacy, o 450 e o 500, a empresa vai cobrir sete categorias. A única que ainda não tem um produto específico da fabricante brasileira é a de aviões de grande autonomia. No momento, a empresa não está desenvolvendo projetos nessa categoria. Mas de acordo com um executivo da empresa, a Embraer nunca para de analisar novos mercados.
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