Relatórios e ação penal
mostram falta de procedimentos, de segurança e fiscalização da unidade
de elite. Fuzilamentos e indisciplina estão sendo investigados
Rio - Fuzilamentos do alto, quedas de
helicópteros, uso de carteira falsa por pilotos e de aeronave para
aulas, fraudes para encobrir acidentes, empréstimos ilegais de peças
para empresas privadas e ações operacionais desastradas expõem o
descontrole histórico do Saer (Serviço Aeropolicial, da Polícia Civil)
nas últimas duas décadas.
Levantamento de casos operacionais e administrativos polêmicos do Saer desde a década de 1990, relatórios de acidentes e um processo criminal revelam que ilegalidades em ações, como os fuzilamentos mostrados por vídeos este mês, não são aleatórias no Saer.
Integram uma sequência de irregularidades, desde pelo menos 1993, o que denota a falta de procedimentos e de fiscalização da unidade de elite pela Polícia Civil.
Filme recente mostrou a perseguição aérea e o fuzilamento do carro onde estava o traficante Márcio Pereira, o Matemático, morto por disparos de metralhadora de uso restrito das Forças Armadas.
No outro, policiais civis atiram do helicóptero, desfazem o local da morte na favela do Rola e removem corpo até bar, onde estariam traficantes mortos, para forjar auto de resistência.
Martha Rocha condenou o procedimento das ações de Matemático e da Coordenadoria de Recursos Especiais com o Saer, na Favela do Rola, e disse que investiga os casos.
Ação criminal sobre Saer na Justiça revelou várias irregularidades
Uma ação criminal sobre o Saer na Justiça que trata originalmente do empréstimo de inúmeras peças “caríssimas” de helicópteros da Polícia Civil à Riana Táxi Aéreo, empresa privada, entre 1996 e 2002, revela outras irregularidades.
Os membros do então CGOA (Coordenadoria Geral de Operações Aéreas, hoje Saer) emprestavam peças e faziam uma “cautela” a mão, sob o “título de empréstimo” , como comprovantes, diz o Ministério Público. O MP pede a condenação de dois ex-integrantes, Antônio Hermsdorff Maia e Antônio Carlos Graça.
Eles alegaram que as peças eram enviadas para manutenção, apesar de os recibos relatarem “empréstimos” e do depoimento de um técnico de manutenção de aeronaves, conforme quem a manutenção era feita no CGOA (hoje Saer) e não fora.
Ao longo do processo, ficam evidentes muitas irregularidades no serviço aéreo a partir da década de 90. Um caso flagrante de descontrole foi a queda de um helicóptero AS 350 BA, após decolar, em novembro de 1997.
No comando, embora sem formação de piloto e com carteira falsa - nunca verificada, estava o assistente do CGOA, José Carlos Nogueira.
O DIA
Levantamento de casos operacionais e administrativos polêmicos do Saer desde a década de 1990, relatórios de acidentes e um processo criminal revelam que ilegalidades em ações, como os fuzilamentos mostrados por vídeos este mês, não são aleatórias no Saer.
Integram uma sequência de irregularidades, desde pelo menos 1993, o que denota a falta de procedimentos e de fiscalização da unidade de elite pela Polícia Civil.
Relatório do Sipaer (Serviço de
Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) publicado em 2001,
sobre três acidentes de 1997, já identificava “inexistência de uma
cultura de segurança de voo na organização”, “clima de informalidade e
de descaso com relação a regras básicas de segurança”, “onde poucas
regras existem e podem, mesmo assim, ser quebradas sem que haja sanções
ou reprovações”.
O Saer funciona com autonomia maior que
a de outras unidades da Polícia Civil, praticamente à margem da
fiscalização da corporação, e alheio às diretrizes atuais da Secretaria
de Segurança.
A chefe de Polícia, Martha Rocha, admitiu a falta
de controle e procedimentos, em entrevista, ao afirmar que “não havia
protocolo de uso do equipamento nem análise das filmagens”.Filme recente mostrou a perseguição aérea e o fuzilamento do carro onde estava o traficante Márcio Pereira, o Matemático, morto por disparos de metralhadora de uso restrito das Forças Armadas.
No outro, policiais civis atiram do helicóptero, desfazem o local da morte na favela do Rola e removem corpo até bar, onde estariam traficantes mortos, para forjar auto de resistência.
Martha Rocha condenou o procedimento das ações de Matemático e da Coordenadoria de Recursos Especiais com o Saer, na Favela do Rola, e disse que investiga os casos.
Ação criminal sobre Saer na Justiça revelou várias irregularidades
Uma ação criminal sobre o Saer na Justiça que trata originalmente do empréstimo de inúmeras peças “caríssimas” de helicópteros da Polícia Civil à Riana Táxi Aéreo, empresa privada, entre 1996 e 2002, revela outras irregularidades.
Os membros do então CGOA (Coordenadoria Geral de Operações Aéreas, hoje Saer) emprestavam peças e faziam uma “cautela” a mão, sob o “título de empréstimo” , como comprovantes, diz o Ministério Público. O MP pede a condenação de dois ex-integrantes, Antônio Hermsdorff Maia e Antônio Carlos Graça.
Eles alegaram que as peças eram enviadas para manutenção, apesar de os recibos relatarem “empréstimos” e do depoimento de um técnico de manutenção de aeronaves, conforme quem a manutenção era feita no CGOA (hoje Saer) e não fora.
Ao longo do processo, ficam evidentes muitas irregularidades no serviço aéreo a partir da década de 90. Um caso flagrante de descontrole foi a queda de um helicóptero AS 350 BA, após decolar, em novembro de 1997.
No comando, embora sem formação de piloto e com carteira falsa - nunca verificada, estava o assistente do CGOA, José Carlos Nogueira.
O DIA
Nenhum comentário:
Postar um comentário