O paulista Marco Antonio Bologna assumiu a presidência da TAM Aviação Executiva com a missão de organizar a empresa para atrair investidores
Assim que deixou o cargo de diretor-geral da construtora WTorre, em dezembro, o executivo Marco Antonio Bologna anunciou publicamente que já tinha em vista uma proposta sigilosa. Após três meses de suspense, ele revelou seu destino. Em março, Bologna se tornou presidente da TAM Aviação Executiva, companhia de táxi aéreo e venda de jatos e helicópteros pertencente à família Amaro. A notícia foi recebida com surpresa pelo mercado. O movimento era aparentemente desproporcional para um executivo que ocupou entre 2004 e 2007 o comando da TAM Linhas Aéreas, controlada pela mesma família e líder do mercado brasileiro de aviação comercial, com receitas estimadas em 10,5 bilhões de reais em 2008 - quase 42 vezes o faturamento da empresa de aviação executiva. A volta de Bologna gerou inclusive especulações de que esse seria o primeiro passo para um retorno à TAM Linhas Aéreas, comandada por David Barioni Neto desde 2007 - um rumor que o executivo nega enfaticamente. Segundo Bologna, ele foi chamado para reproduzir, em menor escala, o roteiro percorrido durante os quase quatro anos em que ficou à frente da TAM Linhas Aéreas e que teve seu auge com a abertura de capital da companhia, em 2005. "Minha prioridade é organizar a empresa do ponto de vista de governança e transparência para permitir a entrada de sócios - seja um sócio estratégico, seja um investidor, por meio de um fundo de private equity ou pela abertura de capital na bolsa", disse ele a EXAME.
Trata-se de algo inédito para a companhia de aviação executiva da TAM, criada pelo comandante Rolim Adolfo Amaro nos anos 60 e que deu origem à operação de aviação comercial. Ao contrário da TAM Linhas Aéreas, a empresa de aviação executiva permaneceu 100% nas mãos dos herdeiros de Rolim - a viúva, Noemy, e os filhos, Maria Claudia e Maurício. Desde a morte de Rolim, num acidente de helicóptero em 2001, a operação teve um único presidente - Rui Aquino, executivo que fez carreira na empresa ao longo de quase duas décadas. Embora Bologna seja categórico ao afirmar que a empresa ainda não iniciou a busca de um sócio, é a primeira vez que os controladores se preparam para a entrada de investidores. O que explica a mudança, segundo ele, é a perspectiva de crescimento do setor que movimenta 1 bilhão de reais no país. "Temos como quintuplicar as receitas em cinco anos, e um sócio poderia ajudar a sustentar a expansão", diz ele. Em 2008, as vendas cresceram cerca de 15% em relação ao ano anterior. (Segundo Bologna, a empresa não tem dívidas e dá lucro, mas os números não são revelados.) Por meio de um comunicado, Maurício Amaro, presidente do conselho da TAM Aviação Executiva, afirmou apenas que a chegada de Bologna dá início a um grande projeto de expansão.
Fonte: Portal Exame
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