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sexta-feira, 31 de julho de 2009
Aéreas têm perdas na Europa e na Ásia
As principais empresas aéreas da Europa e da Ásia anunciaram ontem pesados prejuízos, na esteira do agravamento da crise que assola o setor de aviação mundial. O diretor-geral da Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata, na sigla em inglês), Giovanni Bisignani, observou que as empresas aéreas foram atingidas por quedas de receita "chocantes", de até 30%, nos voos internacionais no início do período de viagens de junho a agosto, tradicionalmente bem movimentado e lucrativo para as companhias. "O panorama continua sombrio [...] Não há sinais de início de recuperação", afirmou.
A Air France-KLM, maior companhia aérea europeia em número de passageiros, anunciou prejuízo antes de impostos de € 612 milhões nos três meses encerrados em junho, em comparação ao lucro de € 211 milhões obtido no mesmo período do ano passado.
As três principais companhias aéreas europeias operam com grandes perdas e se viram obrigadas a buscar os mercados de capitais nas últimas semanas para reforçar seus recursos de caixa.
A British Airways deverá anunciar hoje prejuízo operacional pela primeira vez em sua história para o período de abril a junho, normalmente seu segundo melhor trimestre.
A Lufthansa, da Alemanha, em meio à compra de três empresas aéreas europeias de menor escala que enfrentam dificuldades financeiras, divulgou prejuízo no primeiro semestre, antes de impostos, de € 336 milhões, em comparação ao lucro de € 478 milhões verificado no mesmo período do ano passado.
Na Ásia, a Singapore Airlines, maior empresa do mundo em valor de mercado,alertou para a possibilidade de ter seu primeiro prejuízo anual desde sua criação, em 1972. A empresa apresentou perdas trimestrais pela primeira vez desde a crise com a síndrome respiratória aguda grave em 2003.
A Singapore Airlines teve prejuízo líquido de 307 milhões de dólares de Cingapura (US$ 213 milhões) no período de abril a junho. Nos mesmos meses de 2008, havia lucrado 359 milhões de dólares de Cingapura. A receita caiu 30%, para 2,87 bilhões de dólares de Cingapura. As perdas com operações financeiras feitas para proteger-se contra oscilações no preço dos combustíveis chegaram a 287 milhões de dólares de Cingapura.
As companhias aéreas com rotas de longa distância vêm sendo atingidas por fortes declínios na receita, especialmente na obtida com os passageiros de voos executivos, outrora sua maior fonte de lucro, e o transporte de cargas.
Bisignani afirmou que as empresas aéreas também se deparam com a volta do risco de aumento no preço do petróleo e o impacto potencial representado pela gripe A (H1N1), também conhecida com gripe suína.
"O fluxo de caixa está ameaçado pela baixa demanda, o que é exacerbado pelo desconto no preço das passagens; e depois de anos de redução de custos, o espaço para mais cortes é limitado", acrescentou Bisignani.
A Iata informou que a demanda por transporte aéreo de carga foi 16,5% menor em junho do que no mesmo mês de 2008, enquanto o tráfego internacional de passageiros encolheu 7,2%, também na comparação anual. (Tradução de Sabino Ahumada)
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