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segunda-feira, 18 de janeiro de 2010
Gol inclui Bauru na rota e reforça estratégia de regionalizar voos
A partir de hoje, a Gol vai incluir mais um em seus quase 60 destinos. A segunda maior empresa de aviação nacional vai oferecer um voo diário de São Paulo para Bauru, no interior paulista, no lugar de um trecho Congonhas-Curitiba. Umas das estratégias da companhia é investir na interiorização da malha aérea. Ampliar rotas para o exterior, por ora, não é prioridade.
"A aviação regional está carente de investimentos, e ela é fundamental para o desenvolvimento do País", afirmou Constantino de Oliveira Júnior, presidente da Gol. Atualmente, a empresa já voa para "grandes metrópoles regionais", tais como Caxias do Sul (RS), Maringá (PR) e Londrina (PR), no Sul ; ou para polos do Norte e do Nordeste, como Marabá (PA) e Juazeiro do Norte (CE).
Ainda que a ponte aérea Rio-São Paulo continue sendo o mercado mais rentável do País, novas cidades no interior são estudadas pela Gol. Em São Paulo, também deve ser anunciado mais um horário para Presidente Prudente. "O crescimento da nova classe média vem junto com o crescimento dessas cidades do interior. Até há algum tempo, não havia indicativo de demanda maior para esses voos regionais."
A TAM também pretende expandir sua presença regional. No fim do ano passado, a líder do setor no País adquiriu a Pantanal, de olho nos slots de Congonhas e nas rotas para o interior, especialidade da Pantanal.
Um dos problemas dos voos regionais é a rentabilidade, já que essas rotas nem sempre atraem número de passageiros suficiente para ocupar um grande avião. Contudo, no caso da Gol, Constantino Júnior acredita que a conectividade das linhas pode garantir a ocupação das aeronaves: o passageiro embarca em um destino como Bauru não apenas para ir até Congonhas, mas também para seguir rumo a outros destinos dentro ou fora do País.
A interiorização da aviação é uma das prioridades do Departamento de Política de Aviação Civil, do Ministério da Defesa. Com isso, está sendo desenvolvido um projeto de lei que prevê estímulos aos voos regionais por meio de exclusividade na exploração dos voos, ou mesmo subvenção. A ideia é aplicar "tarifas aeroportuárias diferenciadas, de modo a estimular a exploração de linhas aéreas domésticas em localidades em que haja necessidade de integração, dificuldade de acesso ou limitação de uso de outro modal de transporte", segundo documento do departamento. Pelas estimativas das empresas, dos 200 aeródromos nacionais, pouco mais da metade está operando com rotas comerciais.
Apostole Lack, presidente da Associação Brasileira das Empresas de Transporte Aéreo Regional (Abetar), diz que, apesar de corresponder a menos de 5% do mercado da aviação no Brasil, as rotas regionais atendem a 60% dos destinos. "O subsídio seria apenas para localidades de difícil acesso, com baixa densidade. Preferimos que nosso negócio funcione sem subsídios, mas se o governo quer que façamos linha de baixa densidade, queremos que entre como nosso parceiro", afirmou Lack, que representa 12 empresas aéreas regionais.
Uma delas, a Trip, tem 1,5% de market share e voa para 82 destinos, em voos diretos ou com escalas. Este ano, com a chegada de mais seis aviões, a empresa prevê crescer 70%, com uma receita de cerca de R$ 770 milhões. Os novos trechos ligarão Guarulhos (SP) a Chapecó (SC), Londrina, Juiz de Fora (MG) e Governador Valadares (MG). "Por causa do tamanho de nossos aviões, que levam menos passageiros, muitas vezes acabamos sendo mais competitivos que empresas grandes", diz José Mario Caprioli, presidente da Trip.
A OceanAir atua nas capitais, mas mantém também voos regionais. A médio prazo, a empresa pensa em expandir a atuação em cidades de médio porte. "Uma das vantagens de se operar no interior é que, normalmente, a concorrência é menor, o que faz com que haja uma maior estabilidade tarifária", diz o diretor executivo Renato Pascowitch.
Estadão
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