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segunda-feira, 8 de março de 2010

Jobim arruma boa desculpa para não escolher o F/A-18E

MinDef trabalha agora para ‘blindar’ escolha do presidente

Jobim Cockpit - foto Folha Imagem via Isto É Dinheiro


O ministro da Defesa, Nelson Jobim, indicou ontem que o seguro oferecido pela Boeing para a transferência de tecnologia nos F-18 Super Hornet – que disputam a licitação para renovação da frota de caças da Aeronáutica – teve efeito contrário ao esperado e aumentou as dúvidas do Brasil sobre a proposta americana. Segundo ele, a oferta, em carta de novembro de 2009, demonstrou que a própria companhia americana não está segura em relação à transferência que promete fazer para ganhar a licitação, também disputada pela francesa Dassault (com o Rafale) e pela sueca Saab (com o Gripen).

Após aula magna na Escola de Guerra Naval (EGN), no Rio, Jobim disse estar analisando a proposta. “Na hipótese de não haver transferência de tecnologia, oferecem o pagamento de 5% do valor da tecnologia a ser transferida. O que de um lado é interessante, mas de outro também é demonstração de que a própria Boeing não tem segurança. Porque o governo americano tem várias agências que decidem, inclusive o Congresso, que tem de aprovar essas transferências. O Congresso lá é muito forte.”

TEMOR

Segundo o ministro, a Boeing também se disse disposta a construir partes sensíveis do avião no Brasil e outras nos Estados Unidos. “Se houvesse problemas com os Estados Unidos para transferir para cá, nos não transferiríamos daqui para lá”, disse o ministro, que admitiu haver, por parte do Brasil, temor de que futuros governos ou Congressos dos EUA vetem as transferências tecnológicas.

De acordo com o ministro, “não só” a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, na recente visita ao Brasil, pediu pela empresa de seu país. “Todos pedem”, ressaltou. Ainda na estratégia para vencer a licitação, os EUA levaram ao Rio o porta-aviões USS Carl Vinson, com alguns F-18 a bordo.

RITUAL

Jobim também indicou que o governo prepara uma espécie de ritual para anúncio, em pouco mais de 20 dias, da decisão sobre qual será o caça escolhido – a “liturgia” ajudaria a dividir a responsabilidade pela escolha, que não ficaria totalmente com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele disse que enviará a Lula a posição do ministério, depois de examinar o relatório da Aeronáutica (que indicou preferência pelos suecos Gripen) e pareceres da Defesa e ouvida a opinião do comandante da Força Aérea Brasileira, brigadeiro Juniti Saito. A posição final, porém, não será necessariamente a da FAB.

“Não é transferir para o presidente o ônus de escolher A, B, C. Vou tomar uma posição. Vou dizer: “Olha, por isso, por isso, por isso, a melhor opção é xis”", disse Jobim. “Será a posição do Ministério da Defesa.” Lula, então, convocará o Conselho de Defesa Nacional, órgão consultivo da Presidência, formado pelo presidente e pelo vice-presidente da República, pelos presidentes da Câmara e do Senado e por alguns ministros. O conselho vai se pronunciar sobre o parecer de Jobim. Depois disso, Lula vai decidir. “A decisão final é do presidente”, afirmou o ministro.

Poder Aéreo

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