O piloto de helicóptero mais experiente da polícia do Rio conta como são planejadas as ações aéreas de combate à violência.
 
 O  helicóptero é a arma. Em uma cidade de morros, de altura e vertigens,  de tiros e tráfico. O ruído do rotor é ao mesmo tempo sinal de guerra e  de segurança. Para entrar seguro nessas batalhas quase diárias é preciso  um comando experiente.
Veja uma reportagem especial sobre a importância dos helicópteros no combate à violência do Rio de Janeiro.
No  filme “Tropa de Elite 2”, o caveirão do ar avança sobre a favela. Do  alto, o Coronel Nascimento comanda a ação. São manobras impressionantes,  rasantes, muitos tiros. Os traficantes fogem, mas não escapam.
As  cenas aéreas são um dos grandes trunfos de “Tropa de Elite 2”, um dos  melhores momentos do filme que está batendo todos os recordes de público  no Brasil.
Não houve truque, nem efeito de computador. As cenas  são todas verdadeiras, filmadas nas favelas do Rio de Janeiro. O  helicóptero foi o blindado, apelidado de caveirão da Polícia Civil do  Rio de Janeiro. O piloto vocês vão conhecer agora.
Adônis de  Oliveira, de 47 anos, é considerado o mais experiente piloto-policial do  país. Há 22 anos ele trabalha como piloto da Polícia Civil do Rio de  Janeiro. Já participou de centenas de operações.
Ele guarda em um  computador as imagens dos confrontos, feitas de dentro do helicóptero  policial. Elas não podem ser mostradas, para não revelar as estratégias  das ações. Mas nossas equipes já registraram muitas dessas incursões,  como em imagens na Favela da Coreia. O helicóptero da polícia localiza  os traficantes que estavam escondidos, atirando contra os policiais. Os  bandidos fogem, armados de fuzil e pistola, mas são alcançados.
“Na  verdade, ali a presença do helicóptero foi fundamental. Os traficantes  estava fazendo disparos conta a equipe em terra”, lembra o piloto  policial Adônis de Oliveira.
Com toda essa experiência, Adônis  foi escolhido para repetir no filme o que faz no dia a dia: “Na  realidade, combinamos com o pessoal de terra o momento em que o  helicóptero vai entrar. É uma ação conjunta e as equipes se deslocam em  direção aos traficantes. Procuramos não sermos vistos e ouvidos”.
Desde  a década de 1970 o helicóptero se incorporou como mais uma arma da  polícia. O Rio de Janeiro foi a primeira cidade do país a fazer isso. Os  primeiros aparelhos eram adaptações de modelos civis.
No ano  passado, os bandidos atiraram e derrubaram um helicóptero policial, no  Morro dos Macacos, na Zona Norte da cidade. Três PMs morreram.
Mas  o caveirão do ar é um modelo muito mais difícil de ser destruído. Ele  foi fabricado para ser usado na Guerra do Vietnã. Opera também em ações  de combate à guerrilha. Mas como equipamento policial na cidade foi  usado pela primeira vez no Rio. Recebeu reforço na blindagem e partiu  para o combate.
“Adaptamos uma blindagem para proteger o  tripulante. É um helicóptero robusto, mais tolerante a tiros de fuzil e,  por isso, mais seguro”, explica o piloto policial Adônis de Oliveira.
Na  filmagem de “Tropa de Elite 2”, toda a estratégia de voos do  helicóptero foi decidida pelos policiais e não pela direção do filme.  José Padilha queria a cena mais realista possível. Importou a equipe de  efeitos especiais. Mas para pilotar o caveirão do ar não teve dúvida.
“Se  você quer falar de religião católica, vai falar com o Papa. Se quiser  falar de operação policial e helicóptero, vai falar com o Adônis. Os  americanos de efeito especial, que trouxemos, sempre falavam que tudo  depende do piloto. Nos Estados Unidos, para fazer o que queríamos ia  demorar quatro, cinco dias. Com o Adônis, fizemos em um dia. Quando os  americanos viram, não acreditaram. O Adônis é um dos melhores pilotos do  mundo. Ele dá aula nos Estados Unidos”, elogia o diretor de "Tropa de  Elite 2" José Padilha.
“Há ações que só têm êxito porque o  helicóptero está presente. Ele é insubstituível, principalmente no Rio  de Janeiro”, destaca o piloto Adônis.
Uso de helicópteros no Rio de Janeiro
Rodrigo  Pimentel, especialista em segurança pública, comentarista da TV Globo e  consultor do filme “Tropa de Elite 2”, explica a importância do  helicóptero em ações táticas no Rio de Janeiro. Ele explica que a  polícia usa o helicóptero como plataforma de combate, de apoio às  operações em favelas na cidade.
Veja a entrevista completa em vídeo:
Fonte: Bom Dia Brasil (TV Globo) - Foto: O Globo
desástres aéreos
 
 
 
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