A MENOS DE UM ANO DA COPA
PUBLICADO EM 22/09/13 - 03h00
A menos de um ano da Copa do Mundo de 2014, o aeroporto de Confins ainda não está preparado para receber o turista estrangeiro, pelo menos, quando o assunto é inglês. Na porta de entrada da capital, no Aeroporto Internacional Tancredo Neves, quem não fala português se sente perdido e tem dificuldades para fazer coisas básicas, como se alimentar, fazer compras, conseguir um táxi, alugar um carro ou pegar um ônibus.
Mais de dois anos depois da primeira reportagem sobre o assunto, publicada em julho de 2011, a reportagem de O TEMPO, voltou ao terminal encarnando uma “gringa”. Diferente da outra ocasião, quando outro repórter não conseguiu ser entendido pelo funcionário do balcão de informações da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) ao dizer que queria ir ao centro da cidade, “downtown”, a atendente deu informações em inglês e me explicou a melhor forma de chegar até a Savassi.
Os problemas começaram nos serviços prestados na estrutura do terminal, onde até pedir uma água é complicado para quem não fala português. Cheguei a tentar me comunicar com gestos indicando que era uma bebida e falei "it's a drink, soft drink” (é uma bebida não alcoólica). A moça me respondeu em português, meio sem graça: “Você quer guaraná?”. Já estava quase desistindo, quando tive a ajuda de uma moça, Cláudia, que, muito simpática, traduziu para atendente que eu queria simplesmente uma água. E ainda perguntou de onde eu era.
Para comprar um café, em outra lanchonete, a palavra de sonoridade parecida com o português, coffee, ajudou na compreensão. O problema foi na hora de pagar e, novamente, os gestos me ajudaram. Para evitar qualquer problema, a atendente, com boa vontade, virou o monitor do computador para que eu pudesse ver o valor da conta. Na hora de adoçar, a sonoridade parecida ajudou, quando respondi “sugar” (açúcar).
Comprar uma passagem de ônibus para o centro de Belo Horizonte não foi fácil. No terminal, há dois balcões, num deles perguntei se havia o “schedule”, depois troquei para “timetable” (quadro de horários), na tentativa de conseguir o folheto com os horários. Apelei para a mímica, indicando o pulso, quando fui compreendida e a moça me entregou o papel.
No outro balcão, disse que queria ir para “downtown”, uma das atendentes, pela sonoridade, entendeu Álvares Cabral. Perguntei o preço da passagem, e um pouco nervosa com a situação não muito comum, mas com boa vontade, uma moça pegou um iPhone, que tinha algumas explicações em inglês, inclusive o preço, e me mostrou. Na fila para comprar a passagem, havia a indicação da palavra “exit” (saída) e uma placa em inglês, mas ninguém sabia o básico da língua.
o tempo
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