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terça-feira, 15 de outubro de 2013

Helicóptero cai sobre fábrica de blocos durante voo panorâmico na Festa da Polenta. Veja vídeo

A aeronave, modelo Robinson 44, não conseguiu sustentar o voo pouco segundos após decolar em Venda Nova do Imigrante

 
Um helicóptero que fazia voos panorâmicos para participantes da Festa da Polenta, em Venda Nova do Imigrante, no interior do Estado, perdeu força e precisou pousar sobre uma fábrica de blocos, poucos segundos depois de decolar, no último sábado (12). Não houve feridos. Para especialista, não houve um pouso de emergência, mas sim uma queda.
Depois de descer em um terreno aberto e desembarcar três passageiros, a aeronave modelo Robinson 44, foi novamente ocupada por outras três pessoas que contrataram o serviço. Mas não houve tempo nem para ganhar altitude. O piloto aparentemente perdeu o controle do helicóptero.
Veja vídeo 

O helicóptero não apresentava nenhuma identificação de empresa, não estava com o prefixo aparente e fazia os voos a partir de um terreno baldio. Para voar era preciso desembolsar uma quantia de R$ 50 reais por um período de 3 a 5 minutos, explica o internauta Gerson Caldas, 47 anos, que mora em Venda Nova e estava no local no momento do incidente.
“A gente que estava observando ainda comentava que o helicóptero passava muito perto das pessoas. E acabou acontecendo isso quando ele tentou decolar. Ele perdeu altura, tentou voltar e não conseguiu. Aí acabou caindo nos blocos”.
Gerson disse ainda que após o incidente o piloto fez o desembarque das três pessoas que ocupavam a aeronave e deixou o local, sem prestar assistência aos ocupantes. “Depois do acidente ele sumiu. Ninguém prestou socorro ao pessoal. Uma moça até saiu meio desnorteada. Imagine o susto que foi para todo mundo”, desabafou.
Ainda de acordo com o internauta, perguntados pelos interessados pelo passeio sobre a credibilidade do serviço, os responsáveis pelo helicóptero informaram que possuíam uma autorização do Corpo de Bombeiros para realizar os voos. Mas a assessoria de imprensa da corporação garantiu que não houve nenhum acionamento do Corpo de Bombeiros nem para o caso da queda do helicóptero, nem para algum tipo de vistoria.
A assessoria ainda esclareceu que não houve emissão de autorização para pousos no local, uma vez que a autorização do pouso de aeronaves não é de responsabilidade do Corpo de Bombeiros.
Outro vídeo no Youtube mostra a queda por outro ângulo. Veja:

Queda por excesso de peso
O engenheiro de manutenção do Aeroclube do Espírito Santo, Octávio Schneider Queiroz, analisou o vídeo a pedido do Gazeta Online e revelou que não houve um pouso de emergência, mas sim uma queda. “Analisei o vídeo e encontrei outro vídeo do mesmo acidente na internet. Ele estava com excesso de peso e decolou contra o vento.
“Com uns 20 nós de velocidade ele fez uma curva e pegou vento em cauda. Quando aconteceu isso, a velocidade aerodinâmica do helicóptero foi a zero e ele caiu. Ele não fez um pouso, ele caiu por falta de potência. Aparentemente houve uma série de falhas”, aponta.
Além disso, o helicóptero apresentava excesso de peso. “Os dois vídeos mostram três pessoas com peso aparentemente superior a 75kg. Então o helicóptero estava com excesso de peso. Além disso, temos a altura com relação ao nível do mar. Lá em Venda Nova do Imigrante a altitude é bastante acima. E o ar é muito rarefeito. Então você tem que reduzir a capacidade de carga”.
O engenheiro de manutenção disse ainda que o helicóptero não é do Espírito Santo, mas que não há como identificar a origem, já que não foi possível ver o prefixo. A aeronave só conseguiu levantar voo graças a um “colchão de ar” que se forma nos primeiros metros, justamente para impulsionar a decolagem. “Quando decolou, ele tinha o efeito solo que dá sustentação. Mas notem que quando ele perdeu aquele colchão de ar, que fica até uma altura de 5 metros de altura, ele não conseguiu mais voar”.
“Ele caiu por excesso de peso e pela altura com relação ao nível do mar. Lá em Venda Nova do Imigrante a altitude é bastante acima do nível do mar. E o ar é muito rarefeito. Então você tem que reduzir a capacidade de carga”, explicou.
Anac vai apurar se houve irregularidades
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) informou em nota que está apurando a denúncia e, caso fique comprovado que houve irregularidades, os responsáveis responderão pelas infrações cometidas. “Também informamos que já recebemos denúncias similares no Espírito Santo e estamos cruzando os dados para identificar os infratores”, diz o texto
Segundo a Agência, somente empresas certificadas e aeronaves categorizadas para a função estão autorizadas a realizar voos comerciais e panorâmicos, e os pilotos-comandantes devem ter  licença de piloto comercial. Para oferecer esses serviços, as empresas devem estar registradas na modalidade táxi-aéreo que são certificadas pelo RBAC n° 119 e regulamentadas pela Portaria nº. 190 e pelo Regulamento Brasileiro de Aviação Civil nº. 135.
“As empresas autorizadas passam por uma inspeção periódica onde se verifica, entre outras coisas, as condições da aeronave e o treinamento da tripulação. As aeronaves das empresas autorizadas de táxi-aéreo e de prestação de Serviço Aéreo Especializado (SAE) devem estar matriculadas nas categorias TPX (táxi-aéreo) e/ou SAE. As empresas são responsáveis por utilizar apenas aeronaves autorizadas nas suas Especificações Operativas”, informa a Anac.

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