Em um memorando interno, a Air France recomendou a seus pilotos de forma contundente para que sejam mais vigilantes a respeito de procedimentos de segurança e censurou aqueles que estão culpando os equipamentos pela queda do voo 447 no Oceano Atlântico em junho.
Ainda é desconhecida a causa do acidente, que matou todos os seus 228 ocupantes e é o acidente da Air France com mais vítimas da história. O sindicato dos pilotos informou, neste sábado (24), que a companhia está tentando se esquivar da culpa e mudar a direção das investigações para a possibilidade de erro humano.
"Chega de escândalos e falsos debates sobre segurança de voo", lê-se no memorando enviado aos pilotos e que foi obtido pela Associated Press neste sábado. O texto nega os pedidos de novos procedimentos de segurança pelos pilotos depois do acidente do voo 447. "É suficiente a aplicação de nosso doutrina e de nossos procedimentos", diz o memorando. Representantes dos sindicatos ficaram chocados com o documento e acreditam que os pilotos estão sendo tratados como bodes expiatórios.
A Air France divulgou nota dizendo que o memorando era para ser um documento interno e insiste que tem total confiança em seus pilotos. O memorando detalha as respostas da empresa para as preocupações surgidas depois do acidente do 447, sobre os sensores de velocidade do ar, conhecido como Pitots. A Air France substituiu os modelos antigos dos Pitots em vista de hipótese de que eles poderiam ter sido cobertos de gelo e enviados informações falsas de velocidade aos pilotos à medida que o Airbus 330 entrava em uma tempestade fora da costa brasileira. A Air France revelou no documento que parou um programa de treinamento de pilotos sobre como administrar o mal funcionamento dos pitots.
A construtora de aviões Airbus informou à companhia aérea que a simulação não reproduz fielmente a cadeia de consequências de uma situação real, informa o memorando, dizendo que o exercício pode confundir os pilotos. O documento parece ter sido uma resposta da companhia a uma ameaça de greve por dois sindicatos que representam a minoria dos mais de 4 mil pilotos da Air France. As informações são da AP.
Bem Paraná
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